Conversar com crianças autistas é uma tarefa muito difícil. E, se você não souber como se conectar com elas da maneira mais adequada, pode ser muito desgastante também.
Como um dos sintomas clássicos do autismo é um déficit acentuado nas habilidades de comunicação verbal, um problema comum para analistas do comportamento aplicado e outros que trabalham com crianças, e até adultos com Transtorno do Espectro Autista, é simplesmente ser capaz de manter uma conversa básica.
Algo tão simples como descobrir o que querem para o almoço ou se estão felizes, tristes ou indiferentes sobre a sua atual tarefa escolar pode ser quase impossível de descobrir se você confiar em métodos normais de conversação.
Mas não deixe que isso lhe detenha!
Existem maneiras de conversar com crianças autistas e você pode torná-las mais fáceis tendo em mente as seguintes dicas.
1. Faça um esforço para conversar com crianças autistas
Pelo fato de conversar com crianças com autismo ser difícil, muitos adultos acabam escolhendo o caminho mais fácil. Ou seja, eles acabam simplesmente evitando incluí-las em suas conversas.
Mas isso é um erro. Pois, você e essas crianças podem se beneficiar de tentativas de conversas, mesmo que nem sempre sejam bem-sucedidas.
Além disso, há também uma tendência de assumir que se uma criança autista não responder ou te ignorar é porque ela não gosta de você ou não quer conversar. Mas isso nem sempre é o caso.
Esse sinal seria claro com um indivíduo neurotípico. Mas, para alguém com TEA, é apenas uma parte do transtorno. Não leve para o lado pessoal e não pare de tentar envolver gentilmente crianças autistas em suas conversas. Elas provavelmente querem se envolver, mas têm mais dificuldade em descobrir como.
2. Escolha os seus momentos
Nem todo momento é o certo para conversar com crianças autistas. Isto é, muitas delas têm seus horários e ritmos muito específicos para o seu comportamento.
Por isso, se você as interromper quando elas estiverem profundamente envolvidas com outra coisa, é provável que não consiga conversar com elas como você esperava.
Da mesma forma, normalmente não é um bom momento conversar com a criança quando ela já estiver envolvida com outra coisa. Já que estímulos excessivos podem causar o bloqueio de crianças com TEA.
Portanto, espere por um momento calmo e tranquilo se quiser conversar.
3. Converse sobre o que elas querem conversar
Uma abordagem que nunca vai te levar muito longe com uma criança autista é tentar forçar a conversa na direção que você quiser.
Na melhor das hipóteses, você será ignorado. Na pior das hipóteses, elas bloquearão ou terão um surto.
De fato, obsessões é parte da síndrome e uma obsessão significa muita conversa sobre uma coisa em particular.
Você pode achar isso entediante ou simples demais, mas você encontrará muito mais engajamento quando se manter ao tema que a criança desejar discutir.
4. Mantenha o ponto da conversa
O ideal é que você fique longe das alusões, metáfora ou qualquer fala abstrata.
Crianças autistas geralmente não são capazes de interpretar qualquer tipo de comunicação que dependa da leitura do estado emocional ou de qualquer tipo de subtexto. Portanto, evite isso.
5. Mantenha as suas frases curtas e diretas
O ritmo da conversa precisa estar em um nível que a criança seja capaz de manter.
Para a maioria de nós, processar sentenças assim que as ouvimos é natural e acontece quase que instantaneamente.
As crianças autistas, no entanto, têm que trabalhar para analisar o que ouvem. Então, dê a elas o tempo necessário para isso.
5. Se falar não funcionar, tente escrever!
Se a conversa começar a travar em certos momentos, tente reafirmar o que acabou de dizer usando papel e caneta.
Desenhe uma figura ou escreva as palavras e mostre-as. Pois, pessoas com TEA tendem a pensar visualmente.
Por isso, mesmo que não compreendam imediatamente o que acabaram de ouvir, podem receber a mesma mensagem se a colocarem no papel para que possam vê-la.
6. Preste atenção aos sinais não-verbais
Como as crianças autistas podem ter muitos problemas para manipular a linguagem e entendê-la, elas frequentemente desenvolvem vários tipos de comportamentos que sinalizam coisas que você espera que elas verbalizem.
Dessa forma, certos movimentos ou ações que elas usam enquanto falam podem lhe dizer mais do que palavras, se você prestar atenção e aprender a interpretá-los.
7. Lembre-se de que são apenas crianças!
As crianças autistas podem não se comportar como crianças neurotípicas, mas lembre-se de que você ainda está falando com alguém cujos pensamentos e atitudes estão sendo formados em um cérebro imaturo.
Com um pouco de prática, você perceberá que poderá conversar com crianças autistas tão facilmente quanto qualquer criança.
Os resultados, tanto para você quanto para a criança, poderão ser positivos, em termos de desenvolvimento de habilidades de comunicação, e prazerosos, à medida que você criar uma conexão interpessoal.
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Se você é pai ou mãe de uma criança com TEA, você precisará aprender uma nova forma de ver o mundo, para conseguir ajudar seu filho.