A estratégia de Comunicação alternativa ou aumentativa consiste em um dos tipos de intervenções que são utilizadas no acompanhamento de crianças com algum tipo de transtorno do desenvolvimento para auxiliar em seu processo de aprendizagem.
Para realizar essa intervenção é necessário seguir determinados parâmetros e levar em consideração as necessidades e capacidades da criança em tratamento.
Essa é uma intervenção importante para o desenvolvimento da criança que visa ampliar o repertório comportamental da criança em acompanhamento em relação a seus processos de comunicação, seja través da fala ou através da escrita.
No artigo de hoje, vamos explicar como funciona o procedimento de Comunicação alternativa ou aumentativa. Confira.
Para que se usa a comunicação alternativa ou aumentada?
Muito se fala em Comunicação alternativa ou aumentativa no trabalho com crianças do espectro autista ou outro tipo de transtorno do desenvolvimento, que podem causar a condição que chamamos de apraxia da fala ou mesmo outros tipos de atraso no desenvolvimento da linguagem.
O fato é que, levando em consideração suas limitações, é necessário que de alguma maneira se torne possível ensinar a essa criança a se comunicar. Impedida de se comunicar de alguma forma, a criança com desenvolvimento atípico não pode ficar.
É nesse momento que é necessário decidir qual tipo de Comunicação alternativa ou aumentativa será utilizado para aumentar o repertório dessa criança em relação à possibilidade dela se comunicar.
A Troca de Figuras
É possível escolher utilizar para isso o procedimento de troca de figuras, utilizando ou não o PECS , que consiste em um sistema de comunicação por troca de figuras.
Entretanto, é importante lembrar que outros métodos podem ser utilizados, a escolha sempre vai depender das necessidades e do repertório comportamental anterior de cada criança.
Não existe uma regra fundamental, é necessário avaliar o método que melhor funciona para cada criança, escolhendo sempre, com toda a certeza, técnicas que sejam embasadas por conhecimento e pesquisas científicas.
É importante entender, de toda forma que, apesar de não ser obrigatório o uso do método peks, só é possível afirmar que o mesmo está sendo utilizado, se todos os seus procedimentos estiverem sendo seguidos à risca, uma vez que ele é um método estruturado de Comunicação alternativa ou aumentativa.
Um dos grandes problemas, entretanto, que pode estar relacionado a aplicação da Comunicação alternativa ou aumentativa através da troca de figuras é que pode não ser possível fazer com que a criança emita o tato.
Isso quer dizer que pode ser que não seja possível fazer com que a criança consiga nomear os objetos, associando os nomes de cada coisa a sua imagem, porque caso ela veja a imagem de um objeto e busque o mesmo em sua pasta, ela vai estar realizando um pareamento e não a emissão de uma resposta de tato.
Ainda que a criança tenha muita facilidade para aprender através do PECS ou de outro tipo de comunicação alternativa através de um sistema de troca de figuras, ainda assim, ela não estará emitindo as respostas de tato, ou seja, não vai nomear os objetos.
A Linguagem de Sinais
Outra forma de aplicar a Comunicação alternativa ou aumentativa é através da linguagem de sinais, que é muito pouco utilizado aqui no Brasil.
Entretanto, esse é um método bastante defendido no exterior porque através da linguagem de sinais é possível aumentar o repertório comportamental referente a comunicação da criança com autismo de forma bastante próxima à fala propriamente dita.
Através da linguagem de sinais, diferente do que acontece nos procedimentos de troca de figuras, é possível obter os operantes verbais da mesma forma como eles são observados na linguagem falada, inclusive na emissão de respostas de tato.
Principalmente nos casos de intervenção precoce, a grande vantagem da Comunicação alternativa ou aumentativa através da linguagem de sinais, é que não é necessário abrir mão de ensinar para a criança a emitir respostas de tato.
A curto prazo, usar os procedimentos de troca de figuras pode parecer mais fácil, uma vez que é possível aumentar o repertório comportamental referente ao processo de comunicação da criança com mais rapidez.
Com a linguagem de sinais, entretanto, a longo prazo, o ganho pode ser muito maior, uma vez que, ensinando a criança a emitir o tato, pode ser possível conseguir fazer com que a mesmo alcance a comunicação através da fala propriamente dita.
Levando isso em consideração, podemos dizer que é necessário quebrar o mito e a resistência que se encontra no país em relação ao ensino da Comunicação alternativa ou aumentativa através da linguagem de sinais.
A vantagem da linguagem de sinais
Pode ser que esse seja o caminho mais natural para conseguir ampliar o repertório comportamental de uma criança com comportamento atípico até que a mesma seja capaz de adquirir repertório verbal, ou seja, aprender o processo de comunicação através da fala propriamente dita.
Desta forma, a criança poderá superar assim o atraso em seu processo de linguagem, caminhando para aprender todos os operantes verbais, e os primeiros deles são justamente os operantes mando e tato.
É importante salientar que para ensinar novos comportamentos para a criança, é necessário utilizar aquilo que essa criança já tem de melhor.
Os repertórios comportamentais que a criança já adquiriu podem e devem ser usados como facilitadores para que novos comportamentos possam ser aprendidos.
Agora você já conhece um pouco melhor sobre como a intervenção de Comunicação alternativa ou aumentativa, um procedimento da Análise do Comportamento que tem o objetivo de aumentar o repertório comportamental da criança com desenvolvimento atípico em relação a seus processos de comunicação.
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