O processo de avaliação de crianças autistas consiste em realizar o levantamento do repertório comportamental da criança para identificar o que ela sabe fazer e o que ainda precisa aprender.
Pois, por meio da avaliação, conseguimos saber quais são os pontos fortes e fracos da criança e as potenciais barreiras que possam estar impedindo o seu progresso e o desenvolvimento de habilidades.
Quando avaliamos crianças com autismo, devemos considerar quatro premissas básicas, que explicamos detalhadamente neste artigo.
- Processo de avaliação
- Selecionar e monitorar o progresso por meio de objetivos de tratamento
- Avaliação funcional de comportamento-problema
- Duração e frequência da avaliação
Processo de avaliação de crianças autistas envolve as seguintes fases:
- Revisão de documentos (os pais trazem os laudos, relatórios e as demais avaliações que foram realizadas com a criança anteriormente);
- Entrevistas e escalas de avaliação (são realizadas entrevistas com os pais e são utilizados protocolos de avaliação);
- Avaliação direta e observações;
- Por fim, avaliações de outros profissionais.
Selecionar e monitorar o progresso por meio de objetivos de tratamento
Por sua vez, essa etapa refere-se à coleta de dados para acompanhar as metas de ensino pré-estabelecidas, e envolve:
- Priorizar as metas com base em suas implicações para a saúde, o bem-estar e a segurança da criança, da família e da comunidade;
- Identificar as metas de tratamento com base no processo de avaliação, de modo que sejam voltadas para a independência funcional da criança;
- Em seguida, definir cada objetivo de maneira específica e mensurável para permitir a avaliação frequente do progresso. Dessa forma, é possível saber se houve ou não ganhos;
- O número e a complexidade dos objetivos devem ser consistentes com a intensidade e o estabelecimento da prestação de serviços. A adequação das metas existentes e das novas deve ser considerada periodicamente.
A avaliação funcional de comportamento-problema envolve:
- Realizar uma avaliação funcional quando uma criança apresentar um problema de comportamento em um nível que perturbe o ambiente ou seja perigoso para ela mesma e outras pessoas;
- Identificar os aspectos do ambiente que possam contribuir para o desenvolvimento e a ocorrência contínua do comportamento-problema;
- Então, identificar onde, quando e por quais motivos o comportamento-problema ocorre. Por sua vez, essas informações estarão incorporadas no plano de tratamento do comportamento-problema na forma de uma intervenção baseada em funções.
E a última etapa, duração e frequência da avaliação, envolve:
- O processo de avaliação de crianças autistas necessário para o desenvolvimento inicial dos programas de tratamento abrangente pode levar 20 horas ou mais, de acordo com o repertório apresentado pela criança;
- Avaliações para tratamentos focados em comportamentos específicos que envolvam um pequeno número de metas geralmente requerem menos horas;
- O processo de avaliação funcional para problemas graves de comportamento, como os autolesivos, geralmente é complexo e pode exigir durações consideravelmente mais longas;
- A avaliação do progresso geral em direção às metas abrangentes de tratamento deve ser resumida em intervalos regulares, por exemplo, semestralmente.
Por fim, ressaltamos que é muito importante que todas essas etapas sejam cumpridas em um processo de avaliação de crianças autistas para garantir melhores resultados com o tratamento. Por sua vez, o tratamento deverá ser planejado com base nos resultados da avaliação.
Uma criança é diferente da outra e, portanto, a avaliação e o plano de tratamento devem ser realizados de forma individualizada. Dessa forma, deve levar em consideração a base no repertório, nas características e nas necessidades específicas de cada criança.
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