Intervenção Precoce No Autismo: Por Que é Importante?

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Intervenção baseada em Evidência Científica

Sumário

As pesquisas voltadas para o tratamento do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) mostram que a intervenção precoce no autismo traz efeitos positivos a longo prazo sobre os sinais do autismo e o desenvolvimento de novos comportamentos.

O autismo é um atraso no desenvolvimento caracterizado por comportamentos repetitivos e pela dificuldade com a comunicação verbal e a interação social.  

Muitas vezes, o autismo pode ser diagnosticado em crianças antes dos 2 anos de idade. Algumas crianças com TEA, cujo desenvolvimento parece típico, podem começar a regredir em algum momento antes ou durante os 2 anos de idade.

Por que a intervenção precoce no autismo é tão importante?

Durante os 2 e 3 anos de idade, o cérebro da criança ainda está se formando, o que significa que ele é mais maleável do que nas idades mais avançadas. Isso explica por que os tratamentos têm uma chance maior de serem eficazes nessa fase da vida.

Com a intervenção precoce, é possível aproveitar o potencial de aprendizagem que o cérebro infantil tem para limitar os efeitos prejudiciais do autismo e ajudar as crianças a terem uma vida melhor.

 Quanto mais cedo uma criança receber ajuda, maiores serão as chances de ela aprender e progredir, bem como de explorar todo seu potencial. As diretrizes recentes sugerem o início de uma intervenção integrada de desenvolvimento e comportamento assim que o autismo for diagnosticado ou for seriamente suspeito.

A intervenção precoce no autismo faz com que a criança progrida tanto que, em alguns casos, ela poderá deixar de estar no espectro quando for mais velha.

A seguir, apresentamos os resultados de um estudo realizado na Universidade de Washington, nos Estados Unidos, com dois grupos de crianças, que mostraram como a intervenção precoce é altamente eficaz.

Estudo de intervenção precoce no autismo realizado na Universidade de Washington, nos Estados Unidos

Um estudo realizado na Universidade de Washington, em Seattle, nos Estados Unidos, envolveu terapia para 48 crianças de 18 a 30 meses com autismo e nenhum outro problema de saúde.

 As crianças foram separadas em dois grupos. No primeiro grupo, as crianças receberam 20 horas semanais de intervenção com especialistas e mais 5 horas semanais de terapia administrada pelos pais. As crianças do segundo grupo foram encaminhadas para programas de terapia comunitários.

No estudo, a intervenção foi realizada no ambiente natural das crianças, em suas casas, e realizada por terapeutas treinados e pais que receberam instrução e treinamento.

Quando o estudo foi concluído, o QI das crianças do primeiro grupo havia melhorado em uma média de aproximadamente 18 pontos. Já o QI das crianças do segundo grupo melhorou pouco mais de 4 pontos.

O primeiro grupo também teve uma melhora de quase 18 pontos na linguagem receptiva (ouvir e compreender), em comparação com aproximadamente 10 pontos no segundo grupo.

Sete das crianças do primeiro grupo apresentaram melhora significativa nas habilidades gerais, enquanto apenas uma criança do segundo grupo apresentou essa melhora.

De acordo com os responsáveis pelo estudo, o primeiro grupo apresentou muito mais progresso porque envolveu um ensino cuidadosamente estruturado e uma abordagem de aprendizagem baseada no relacionamento.

Além disso, o envolvimento dos pais e o uso das estratégias no ambiente doméstico foram fatores importantes para o sucesso dos resultados e o progresso das crianças. Os pais aprenderam estratégias para captar a atenção dos filhos e promover a comunicação.

Os terapeutas e os pais trabalharam de forma colaborativa para melhorar a forma como as crianças respondiam socialmente, brincavam e se comunicavam. Ao usar essas estratégias ao longo do dia, as crianças tiveram muitas oportunidades de aprender a interagir com outras pessoas.

Os resultados desse estudo, realizado com crianças autistas com até 2 anos e meio de idade, mostraram que com a intervenção precoce no autismo é possível maximizar o impacto positivo do programa e proporcionar às crianças uma melhor qualidade de vida.

 A forma de intervenção no autismo com maior evidência científica é a Terapia ABA, se quer saber mais sobre ela, já escrevemos muito sobre isso aqui.

Se você quer aprender tudo sobre Terapia ABA, mesmo que não queira se tornar um atendente terapêutico também chamado de aplicador ABA, te convido a conhecer a Formação de ATs, a formação para te ensinar do básico ao intermediário, as aplicações práticas da Terapia ABA no autismo. Lembrando sempre que mesmo que não se tenha o diagnóstico confirmado, trabalhar os atrasos é importante e a Terapia ABA é um excelente instrumento para isso.