ABA é Psicoterapia? Tire suas dúvidas sobre o tema!

Receba nossos conteúdos exclusivos

Intervenção baseada em Evidência Científica

Sumário

ABA é Psicoterapia? Essa é uma das perguntas do livro “Como pensar como um Analista do Comportamento e entender a ciência do comportamento”. A dúvida sobre o fato da Análise do Comportamento ser ou não considerada uma Psicoterapia é muito comum.

Será que os analistas do comportamento se consideram como Psicoterapeutas?

No artigo de hoje, pretendemos esclarecer essa questão a partir de um caso clássico da história da Análise do Comportamento, datado do ano de 1964. Um estudo de um grupo de precursores da Ciência do Comportamento, Wolf, Risley e Mees.

Então, será que a ABA é Psicoterapia? Ou será que não? Vamos conferir a resposta para essa questão nas próximas linhas.

Estudo de caso de Wolf, Risley e Mess – 1964

Para esclarecer a dúvida sobre se a ABA é Psicoterapia vamos falar um pouco sobre o estudo de caso realizado por Wolf, Risley e Mess no ano de 1964, com um menino de 3 anos de idade que possuía problemas comportamentais severos.

Essa criança havia passado por uma cirurgia de catarata e precisava utilizar uma lente especial para continuar o tratamento. Entretanto, o menino não conseguia, de forma alguma, utilizar a lente.

Os pais da criança tentaram várias estratégias, mas mesmo assim ele não aceitava usar a lente.

aba é psicoterapia?

O ínicio da autolesão

Ao longo do tempo, a criança passou a apresentar alguns comportamentos auto lesivos, arranhando o próprio corpo, se batendo, batendo a cabeça na parede. Enfim, uma série de comportamentos que colocavam a sua própria integridade física em risco.

Os comportamentos auto lesivos apresentados pelo garoto eram tão graves, que ele chegou a ser diagnosticado com problemas mentais sérios, como esquizofrenia. A criança também chegou a ser diagnosticada com problemas no desenvolvimento, como o autismo.

Alguns médicos chegaram a recomendar aos pais que a criança fosse internada em uma instituição psiquiátrica e que fizesse uso de medicações calmantes e sedativas.

Algum tempo depois, a criança foi aceita em um hospital da cidade de Washington onde os analistas do comportamento Wolf, Risley e Mess trabalhavam.

A equipe formada por eles, então, passou a trabalhar de forma a analisar o motivo que levava a criança a apresentar esses comportamentos de autolesão.

Durante a investigação, os analistas do comportamento acabaram chegando à conclusão que o fator responsável pela manutenção do comportamento auto lesivo da criança era a própria mãe.

Isso significa que a mãe era culpada?

Entretanto, isso não quer dizer que a culpa era toda da mãe da criança, ou que ela aprovava ou incentivava esse tipo de comportamento, ou que ela era irresponsável em relação a saúde do filho.

O que acontecia, na realidade, é que de alguma forma, a mãe se comportava de uma forma que reforçava o comportamento da criança.

Pois, no momento em que a criança começava a apresentar o comportamento auto lesivo, a mãe, que ficava bastante agitada, dava atenção para o mesmo.

Compreendendo adequadamente o caso

Para entender melhor, vamos pensar na relação de tríplice contingencia desse comportamento da criança.

O comportamento auto lesivo obtinha como consequência a atenção da mãe e a desistência da mesma em colocar a lente na criança.

Dessa forma, o comportamento de se auto agredir era reforçado. Portanto, a criança continuava repetindo o padrão de comportamento.

É importante ressaltar que a mãe reforçava esse comportamento sem nenhuma intenção de manter a criança nesse padrão.

Desta forma, para solucionar o problema, a equipe de analistas do comportamento realizou uma intervenção através do procedimento de Time Out.

Isso significa que o reforçador do comportamento auto lesivo é retirado. Ou seja, a atenção da mãe foi retirada.

Sendo assim, passados cerca de 1 mês e meio da repetição do procedimento, os comportamentos auto lesivos da criança foram reduzidos a 0.

Afinal, ABA é Psicoterapia?

Mas como esse estudo de caso pode explicar a dúvida se a ABA é Psicoterapia ou não?

Bom, este estudo de caso demonstra como é realizada a intervenção do analista do comportamento.

E a intervenção do analista do comportamento é realizada através de um olhar sobre o ambiente, buscando, de fato, tratar o comportamento que pode ser considerado socialmente relevante, que afeta de modo direto a vida do paciente e da família do mesmo.

Analisando o caso mostrado foi possível perceber que a criança não possuía de fato nenhum diagnóstico de atraso no desenvolvimento ou doença mental grave. Seu repertório comportamental foi melhorado, assim como suas habilidades de linguagem.

Cerca de 6 meses depois, a criança já pôde voltar para casa e continuar com um desenvolvimento típico.

Então, os pais foram treinados para lidar com os comportamentos da criança, que de maneira alguma apresentava um problema mental.

Assim sendo, vamos responder a questão. A ABA é Psicoterapia ou não?

A resposta

Os analistas do comportamento não se consideram psicoterapeutas. A ABA não é uma psicoterapia.

Analisando o caso que apresentamos, podemos perceber que a criança não apresentava problemas mentais. Sendo assim, o comportamento auto lesivo foi controlado e suprimido a partir de um arranjo das contingencias.

Para responder se a ABA é Psicoterapia devemos esclarecer o seguinte: a ABA não é uma Psicoterapia, mas sim uma terapia que tem o seu olhar voltado para as contingências que atuam sobre determinado comportamento.

Além disso, se preocupa com as interações entre o sujeito e o ambiente, para que as variáveis responsáveis pela manutenção de determinado comportamento não desejado sejam identificadas e possam ser tratadas através de um arranjo de contingencias.

Então, se você ainda tinha alguma dúvida acerca do fato de se a ABA é Psicoterapia ou não, a resposta é negativa. Uma vez que os analistas do comportamento não levam em conta variáveis mentalistas, mas sim ambientais, para analisar e tratar seus pacientes.

A cada dia com o aumento do número de diagnósticos ou hipóteses diagnósticas de Transtorno do Espectro Autista, existe uma grande demanda por profissionais capacitados especificamente em Análise do Comportamento Aplicada (ABA) que possam acrescentar a sua formação de base, competências em Análise do Comportamento Aplicada potencializando assim os resultados de intervenção.

Por esta razão desde 2018 o Instituto de Educação e Análise do Comportamento oferece uma Pós Graduação completa em Análise do Comportamento para preparar profissionais na atuação não só no TEA, mas também para toda a população com transtornos do neurodesenvolvimento. E se você quer também fazer parte deste time de profissionais especialistas que estão sendo constantemente sendo requisitados no mercado por planos de saúde, seguros saúde, e no particular você deve começar agora mesmo seu processo de especialização. 

Clique Aqui e conheça mais sobre a nossa Pos Graduação Lato Sensu, e a diferenciação dela no mercado.