Passo a Passo para Ensinar Linguagem e Comunicação para Autistas

Receba nossos conteúdos exclusivos

Intervenção baseada em Evidência Científica

Sumário

A fala é o principal meio de comunicação usado por nós, mas é importante ficar claro que essa não é a única forma usada para ensinar linguagem e comunicação para autistas.

É normal que os familiares das crianças autistas desejem que as crianças desenvolvam a fala e consigam comunicar-se por meio dela. Mas o objetivo principal deve ser que a criança consiga estabelecer uma comunicação, pois não adiantará ela falar se o que ela disser não fizer sentido.

Conhecer os marcos de desenvolvimento infantil é fundamental nesse processo, para saber o que é esperado que a criança faça em cada idade e para elaborar objetivos de ensino que sejam adequados para aquela faixa etária.

A seguir, apresentamos o passo a passo para ensinar linguagem e comunicação para autistas.

Avaliação

Não é possível ensinar linguagem e comunicação para autistas sem o primeiro passo, que é a avaliação. Quando falamos em avaliação, é normal as pessoas acharem que estamos nos referindo à avaliação diagnóstica, mas não é isso.

Mesmo com o diagnóstico de autismo, é possível que o paciente ou aluno apresente outras comorbidades, mas a avaliação que importa para o Analista do Comportamento é o levantamento do repertório comportamental.

Essa é a avaliação mais importante, pois é necessário conhecer as habilidades que o indivíduo já possui e aquelas que ele ainda precisará aprender. Essas informações serão importantes para elaborar a intervenção sem colocar uma tarefa que seja difícil demais ou fácil demais para o autista realizar, pois ambas podem desencadear problemas de comportamento.

A avaliação vai responder quais habilidades serão o foco da intervenção e com qual nível de ensino de habilidades deverá ser iniciada a intervenção. Um processo de avaliação bem feito também irá mostrar as barreiras comportamentais que podem estar impedindo a aquisição dessas habilidades.

É necessário identificar as estratégias específicas que serão mais efetivas para o paciente ou aluno e a forma de comunicação que será utilizada. Para identificar quais habilidades precisarão ser avaliadas, será necessário saber qual é o nível de cooperação do paciente ou aluno e o nível de efetividade dos reforçadores.

Além disso, será necessário analisar se nosso cliente que estamos avaliando possui as habilidades de fazer pedidos, nomear, ouvinte, percepção visual, brincar, socialização, imitação, ecoico, comportamento vocal, intraverbal (responder perguntas, fazer comentários), acadêmicas, bem como saber como ele faz para ter suas necessidades atendidas.

As habilidades de independência e autonomia do paciente ou aluno também precisarão ser avaliadas, para verificar se ele consegue usar o banheiro sozinho, tomar banho, escovar os dentes, arrumar a cama, dentre outras habilidades do dia a dia.

Objetivos de Ensino

Depois de realizada a avaliação, o próximo passo será a escrita dos objetivos de ensino. É necessário saber o que será ensinado de maneira descritiva e mensurável, ou seja, de forma que qualquer pessoa que leia consiga entender.

Para escrever os objetivos de ensino, será necessário levar em consideração o que é relevante para a família e também pensar do ponto de vista do desenvolvimento infantil.

Programas de Ensino

O passo seguinte consiste em saber como atingir os objetivos de ensino, o que será feito por meio da escrita dos programas de ensino.

Nesse momento, deverá ser definido quais metodologias e procedimentos serão utilizados para ensinar linguagem e comunicação para autistas, quem irá aplicar o programa de ensino, quais materiais serão utilizados e quais serão os critérios de aprendizagem. Tudo isso deverá ser feito de maneira detalhada.

Coleta de Dados

O próximo passo será saber se tudo o que está sendo feito está dando certo. Para isso, deverá ser usada a coleta de dados.

Uma das formas de coletar dados é por meio das fichas de registro. Com a análise dos dados, podemos verificar o progresso do paciente ou aluno e identificar se alguma alteração precisará ser feita no curso da intervenção.

Treinamento de Pais

O treinamento de pais também é um passo importante desse processo. Deve estar claro que treinamento não é orientação, nem feedback.

Os familiares têm um papel fundamental no ensino das habilidades de linguagem e comunicação, já que os comportamentos trabalhados pelos profissionais com as crianças autistas deverão ser realizados também no ambiente doméstico para garantir às crianças um ensino intensivo.

Se você quer aprender todos esses passos com detalhes, aprender a realizar cada um com enfoque em ensino da linguagem e comunicação, você deve conhecer o Manual da Comunicação no Autismo, a formação completa onde te ensinamos todos esses passos, que são fundamentais para o ensino da linguagem e da comunicação no autismo. Clique aqui para saber sobre essa formação.