Nos anos 80, quando Dustin Hoffman discursou ao receber o Oscar por sua atuação no filme Rain Man, ele publicamente agradeceu e reconheceu o sábio Kim Peek. Afinal, era o mínimo que podia fazer pelo homem que inspirou a personagem que Hoffman interpretou.
Mas, isso não foi o auge da carreira de Peek, e sim o que o ajudou a se aproximar um pouco mais dos holofotes.
A história de Kim Peek
Kim Peek nasceu em Salt Lake City, Estados Unidos, em 1951, com uma cabeça maior que o normal. Então, desde muito novo, apresentou dificuldades de desenvolvimento.
Ele não conseguiu andar até os quatro anos de idade e, mesmo assim, quando conseguiu, andava de forma estranha e lateralmente.
Além disso, não era capaz de abotoar as suas próprias camisas e tinha muitas dificuldades com habilidades motoras. Quando se matriculou na escola, foi expulso depois de um dia por interromper a aula.
Mas, Peek também demonstrou habilidades incomuns desde cedo: era capaz de memorizar coisas com perfeição antes mesmo de completar dois anos de idade, e recitava livros que havia lido, linha por linha.
Aos 18 anos, apesar da falta de educação formal, Peek trabalhava com a folha de pagamento de uma empresa com 160 funcionários. Levava apenas algumas horas por semana para que ele pudesse realizar todos os cálculos necessários.
Apesar dos seus feitos prodigiosos, o QI de Peek era de apenas 87 e ele vivia uma vida tranquila, sob os cuidados de sua família… Até Rain Man.
Após o filme, ele passou a sair em turnê pelos EUA com o seu pai, defendendo a tolerância para as pessoas com deficiência e demonstrando algumas das coisas incríveis que era capaz de fazer… Coisas que o restante de nós nem imaginava ser possível.
1. Ler duas páginas de um livro ao mesmo tempo
Uma das razões pelas quais Kim era capaz de fornecer tantos detalhes e profundidade, apenas usando sua volumosa memória, era conseguir ler rapidamente qualquer coisa colocada a sua frente.
Peek poderia abrir um livro e ler duas páginas ao mesmo tempo. Dessa forma, o olho esquerdo lendo a página esquerda, o olho direito lendo a página direita, absorvendo efetivamente o conteúdo de ambas, ao mesmo tempo.
Até mesmo livros grossos eram absorvidos por seu cérebro em menos de uma hora, usando essa técnica. Por isso, ele ficou conhecido por ler grande parte de todo o catálogo de livros na Biblioteca de Salt Lake City, lendo tudo o que conseguia colocar em suas mãos.
2. Fornecer instruções de direção, instantaneamente, entre quaisquer duas cidades do mundo
Antes do Google Maps, tínhamos Kim.
Entre os materiais de leitura da biblioteca, Kim Peek absorveu mapas, atlas e guias de viagem.
Combinando a sua lembrança quase perfeita e as suas prodigiosas habilidades de cálculo matemático, Kim conseguiu calcular as melhores rotas em sua cabeça, em instantes, anos antes que alguém pensar em usar um computador para fazer esse trabalho.
3. Descobrir o dia da semana do nascimento de alguém
Não apenas a data, mas o dia. E além, disso não apenas para pessoas da era moderna… Kim poderia dizer em segundos que Isaac Newton nasceu em um domingo – mas também, curiosamente, que o seu nascimento ocorreu tanto no Natal em 1642, quanto no dia 4 de janeiro em 1643, já que dois calendários eram usados naquela época.
Melhor ainda, Kim Peek era capaz de fornecer, instantaneamente, quaisquer outros eventos notáveis que pudessem ter acontecido no mesmo dia, por meio da lembrança de manchetes de jornais e leituras de história.
4. Recitar qualquer peça de Shakespeare, palavra por palavra
Kim amava Shakespeare e, com suas habilidades de leitura em alta velocidade, não teve dificuldade em absorver por completo o corpo de trabalho do Bardo.
Ele também gostava de ir às apresentações de peças de Shakespeare, mas havia um problema… Nem todos os atores conseguiam se lembrar das suas falas tão perfeitamente quanto Kim.
Por isso, quando um ator cometia um deslize, mesmo que pequeno, Kim colocava-se em pé, no meio da apresentação, para corrigi-los. Uma impressionante façanha, mas não era algo bem aceito pela plateia da peça.
5. Contar cartas
A cena de Rain Man em que Raymond faz sucesso nas mesas de Blackjack, em Las Vegas, nunca aconteceu na vida real, mas Kim leu um livro sobre a contagem de cartas e tinha todas as faculdades mentais para realizar essa façanha… Mas até os sábios sabem o que é certo e errado.
Quando o roteirista do filme tentou levar Peek para um cassino para testar o experimento na vida real, Kim recusou, sentindo que seria antiético.
Kim Peek faleceu em 2009, devido a um ataque cardíaco, mas os seus feitos não serão esquecidos, graças ao Rain Man. Nem Peek jamais esqueceu seu próprio papel como inspiração para o filme – até o dia de sua morte, um de seus bens mais valiosos, que ele carregava consigo para todos os lugares que viajava, era a estatueta de ouro do Oscar, dada a ele pelo roteirista que escreveu o filme.
Você já conhecia Kim Peek? Impressionante as coisas que ele conseguia fazer, não é? Conta aqui nos comentários qual você achou mais impactante!
