Pode ser um desafio lidar com questões de irmãos, na melhor das circunstâncias, mas quando um dos seus filhos tem autismo e os outros são neurotípicos, os desafios multiplicam-se. Portanto, como lidar com isso? Como conversar com crianças neurotípicas sobre seu irmão com TEA?
Aqui, estão cinco maneiras para você pode ajudar os seus filhos neurotípicos a lidarem com a complexidade e a confusão que algumas vezes surgem ao compartilhar uma infância com seu irmão com TEA.
Você precisará explicar ao seu filho neurotípico que o seu irmão não é como ele.
Embora você possa receber muitos conselhos de outras pessoas, decida como descrever a condição do seu filho para o outro. A escolha é sua. Não há uma receita específica a ser seguida.
1. Explicar sem rótulos sobre o irmão com TEA
Você pode definir o autismo como um distúrbio e explicá-lo nesses termos. Ou então, você pode ver isso como apenas um aspecto diferente do que alguns consideram “normal”. Isso inclui o uso de rótulos.
Os rótulos nos ajudam a categorizar e ordenar as nossas vidas. Mas os rótulos também podem ferir, estigmatizar ou confundir. De todo modo, a palavra autismo é um rótulo. Usamos isso para comunicar certas informações com o médico, o professor ou o cuidador de uma criança.
Quando usamos esse rótulo com um irmão, dependendo da idade, pode não ser útil, já que uma criança de cinco anos, por exemplo, não vai entender por que o seu irmão de oito grita e bate na cabeça simplesmente dizendo que ele tem autismo.
Rótulos geram uma divisão
Além disso, os rótulos também têm a tendência de levar a um sentimento de separação que pode funcionar contra os seus esforços para promover uma unidade familiar mais próxima, na qual os irmãos sejam genuinamente compreensivos e compassivos com o outro que tem TEA.
Por isso, tente explicar a questão em termos que tragam um senso de compaixão e dever familiar de cuidar do irmão com TEA. Dessa forma, isso dará ao seu filho neurotípico o senso de pertencimento e inclusão ao se ter um papel importante como um irmão protetor.
Portanto, você precisará encontrar outras palavras para ajudar a entender melhor o contexto de como a sua família vê o autismo como uma condição. Como você faz isso, e o que você acredita ser melhor para sua família é sempre uma escolha sua.
2. A honestidade é sempre melhor
É importante conversar com o seu filho sobre como o distúrbio do irmão irá afetá-lo. Em todas as fases do seu desenvolvimento, haverá novos desafios a serem enfrentados. Dessa forma, não há como evitar o fato de que isso afetará todos os membros da família de uma forma ou de outra.
Quanto mais velho o seu filho ficar, mais consciente ele se tornará do quão diferente pode ser em relação a seu irmão (tudo isso depende de onde o seu filho esteja no espectro, é claro).
Portanto, a honestidade é a melhor política de acordo com uma família que enfrenta o autismo.
“Meus pais sempre nos diziam quando estavam frustrados ou de mau humor. Esse tipo de honestidade foi muito importante – permitia que o meu irmão mais velho e eu expressássemos nossas frustrações e nos desse poder sobre esses sentimentos”.
Honestidade sobre os sentimentos
Ser capaz de compartilhar honestamente os seus próprios sentimentos abre a porta para que o seu filho faça o mesmo.
Além disso, a comunicação honesta também permite que ele tenha liberdade de fazer perguntas que possam ser consideradas inadequadas, grosseiras ou imprudentes em outras circunstâncias.
O seu filho precisa de respostas tanto quanto você. Ele pode ter diferentes questões ou sentimentos, mas são legítimos. Reconhecer os sentimentos e as perguntas dele pode ajudá-lo a lidar com a situação e a entender.
3. Usar livros sobre o tema do autismo para trazer algumas explicações para ele
A forma correta de você falar com o seu filho neurotípico vai depender muito da idade dele.
Por exemplo, se você tiver um adolescente e decidir, mais tarde, ter um bebê, e ele apresentar autismo, a conversa com o seu filho adolescente sobre o seu irmãozinho será muito diferente do que com um filho de quatro anos.
Como os livros ajudam
Livros sobre o autismo são algumas das melhores ferramentas para ajudar as crianças menores a entender por que o seu irmão com TEA é diferente.
Ler um livro adequado à idade e depois discuti-lo com o seu filho dará a chance dele fazer perguntas e começar a conceituar a questão do autismo, que é conhecido por proporcionar a um maior nível de compreensão e empatia nas crianças.
Uma criança nem sempre tem empatia imediata com um irmão especial, mas é provável que sinta empatia pela sua personagem favorita em um livro. Dessa forma, isso se traduzirá no modo como se sente e age no mundo real.
4. Juntar-se a um grupo de apoio ao autismo e receber conselhos em primeira mão
Às vezes, o seu filho precisa escutar uma outra pessoa. Criar uma criança com autismo desafiará até mesmo os pais mais preparados.
O mesmo acontecerá para o seu filho neurotípico. Ele vai experimentar coisas que tornarão a vida diferente e, muitas vezes, difícil.
Então, os grupos de apoio para famílias que lidam com autismo podem ser muito úteis.
Além de permitir que você e os outros membros da sua família compartilhem experiências e histórias, você também poderá receber dicas de outros pais que estão um pouco mais adiantados, e que poderão oferecer pérolas de sabedoria com base em suas próprias experiências.
Dessa forma, suas crianças neurotípicas terão a chance de sair com os outros irmãos de crianças com autismo.
Portanto, ouvir de outra pessoa da mesma idade sobre como se sente envergonhada ou frustrada poderá ajudar a aliviar os sentimentos de culpa e raiva do seu filho.
Além disso, poderá ajudar o seu filho a se sentir menos sozinho quando souber que há outras crianças como ele passando pelas mesmas coisas.
5. Certifique-se de que a conversa seja contínua
Mesmo que possa haver um momento em que você se sentará com os seus filhos neurotípicos para explicar sobre o autismo, a conversa estará apenas começando.
Cada dia traz ocorrências únicas entre o seu filho com autismo e os seus irmãos, mas falar sobre o que está acontecendo ajudará a construir a compreensão.
Entretanto, se você sempre isolar o seu filho com autismo ou proteger os seus outros filhos do que estiver acontecendo, isso poderá causar sentimentos de separação e confusão sobre a coesão da unidade familiar.
De fato, conversar com os seus filhos neurotípicos sobre um irmão autista é quase certo que será um desafio. Por isso, apoiar-se em alguma ajuda externa é uma boa ideia, quer isso signifique encontrar um ótimo livro ou documentário sobre o assunto, ou buscar ajuda de outras pessoas.
De qualquer modo, é importante que você saiba que não está sozinho e que existem recursos disponíveis para facilitar o processo – tanto para você, quanto para os seus filhos.
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De fato, ser pai ou mãe de uma criança com algum tipo de atraso no desenvolvimento é um grande desafio. Por isso, é sempre muito importante buscar conhecimento sobre o assunto e tentar aprender estratégias práticas para o dia a dia.
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Caso você tenha mais alguma dúvida, deixe o seu comentário. Enfim, espero que essas dicas tenham lhe ajudado a entender como pode conversar com seu filho neurotípico sobre seu irmão com TEA.
