O que muitas pessoas pensam sobre a ABA
Muitas pessoas não entendem o que é a Análise do Comportamento Aplicada, a ABA, por uma série de motivos, elas realmente não têm clareza sobre esse assunto. Elas veem como um método, uma técnica, como um método terapêutico.
Provavelmente, isso acontece porque muitas dessas pessoas começaram a estudar sobre esse assunto recentemente e em paralelo com outros estudos, fazendo com que haja muitas coisas competindo pela atenção delas.
A ABA não é um método, uma técnica, mas sim uma ciência. A ciência é uma abordagem sistemática que tem como objetivo procurar e organizar conhecimento sobre o mundo natural.
A Terapia ABA corresponde à prestação de serviço no autismo e outros transtornos do neurodesenvolvimento com maior evidência científica e que traz melhores resultados para os clientes.
Por que está errado dizer “o” ABA?
Muitas vezes, escutamos as pessoas dizerem que estão estudando “o” ABA, que estão fazendo “o” ABA. Qualquer pessoa que entenda sobre a Ciência do Comportamento com profundidade entende que essa fala está totalmente errada.
Quando alguém fala que fez “o” ABA, que estudou “o” ABA, isso demonstra que não há um entendimento profundo sobre o que realmente é a Ciência do Comportamento.
Há diversos profissionais, mesmo psicólogos, que tiverem pouco contato com a ABA, alguns deles nem mesmo tiveram esse contato. Isso vai depender muito da faculdade em que esses profissionais se formaram.
Muitos deles ainda falam “o” ABA, contudo é necessário deixar claro que não existe “o” ABA, pois não se trata de um método, nem mesmo de uma técnica. Não é algo tangível, que você pegue.
Demanda por profissionais que atuam com a ABA
Sempre houve, no mercado, profissionais que atuavam com autistas, incluindo fonoaudiólogos, psicólogos, psicopedagogos e outros, e não apenas autistas, mas com diversos tipos de transtornos do neurodesenvolvimento.
E de um tempo para cá, houve um aumento da demanda pela prestação de serviços relacionados à ABA.
Provavelmente, muitos pais começaram a perguntar para esses profissionais se eles fazem ABA.
Com essa grande demanda, os neuropediatras, os médicos, começaram a fazer encaminhamentos para que os planos de saúde pagassem pelas terapias relacionadas à ABA.
E muitos desses profissionais, com a intenção de atender a essa demanda do mercado, começaram a dizer que realizaram o curso “do” ABA, que fazem “o” ABA, o que, como já foi dito, é um equívoco.
Qual deve ser o nosso compromisso maior ao atuar com a ABA?
Quando você é muito apaixonado por uma área, por uma ciência, por uma profissão específica, muitas vezes, você se perde.
Há algo que devemos sempre nos questionar: o nosso compromisso maior é coma população que servimos, e não com nossa profissão, nosso conselho, nossa associação, com a ciência que estudamos, com os mestres que lemos.
O nosso compromisso maior não deve ser com a Análise do Comportamento, com a Ciência do Comportamento, mas, sim, com os indivíduos que necessitam da nossa prestação de serviços para alcançar suas potencialidades.
Devemos analisar a Ciência do Comportamento dentro do que ela pode servir para o desenvolvimento de habilidades no autismo e em outros transtornos.
Como a Ciência do Comportamento está preocupada com a aprendizagem, no final, o que nós devemos analisar são as relações que permeiam, que são fundamentais para que a aprendizagem aconteça. Devemos verificar o que está propiciando essa aprendizagem.
Relacionamento dos profissionais com as suas profissões
Muitos profissionais têm uma relação muito forte com as suas profissões, afinal eles podem ter uma história de mais de 10 a 15 anos, desde quando cursaram a faculdade e criaram sonhos, expectativas, relações com aquela área, com as pessoas daquela área, até posicionamentos em prol daquela profissão.
Isso é compreensível, mas é importante ficar claro que a nossa missão maior não deve ser em prol de uma profissão, de uma área específica, mas, sim, em prol daquele que recebe nossos serviços. Esse deve ser o nosso compromisso maior.
De qualquer forma, é importante que cada profissional analise se isso se aplica a sua realidade ou não, para que possa tomar as suas decisões. Afinal, o que faz sentido para um profissional pode não fazer para outro.
Isso vai depender muito dos seus valores, das suas crenças e do que é mais importante para esse profissional no âmbito da sua formação e atuação, bem como no seu relacionamento com a população que atende.
Você está pronto para se tornar um agente de mudança na vida de indivíduos com transtornos do neurodesenvolvimento?