Em todos os atrasos do desenvolvimento, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA), é necessário avaliar o paciente diagnosticado de forma individualizada, ou seja, analisar o autismo. Afinal cada um deles apresenta características e comportamentos próprios, além do que o nível do atraso varia de pessoa para pessoa.
Perspectivas de análise
Estudos recentes apontam que se deve partir de três perspectivas na hora de analisar o autismo: 1) os sintomas e as outras características do paciente relacionados ao transtorno; 2) a forma como esses sintomas afetam a vida diária da pessoa; e 3) a experiência subjetiva e a qualidade de vida do indivíduo.
Contudo, os manuais padrão que categorizam o TEA, como a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – CID (International Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems) e o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), levam mais em consideração os sintomas apresentados pelo paciente do que as questões relacionados a sua qualidade de vida.
Além disso, tanto o CID como o DSM são incompletos em relação ao grau de especificidade, já que não apresentam definições precisas para cada habilidade ou deficiência que uma pessoa com autismo possa apresentar, sem relacioná-las com a vida diária do autista no seu ambiente familiar, escolar ou profissional.
Novo catálogo para analisar o autismo
Por isso, diante dessa situação, foi criado um novo catálogo para categorizar o TEA de acordo com novos critérios. Trata-se de uma lista mestra que faz parte da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde – CIF (International Classification of Functioning, Disability and Health), elaborado pela Organização Mundial da Saúde – OMS.
Com 111 habilidades e funções da vida, o catálogo foi elaborado para verificar como o autismo afeta a qualidade de vida da pessoa diagnosticada e a sua forma de lidar com o mundo ao seu redor.
Com esse catálogo, acredita-se que os profissionais possam avaliar de forma eficaz não somente as dificuldades encontradas no dia a dia do autista, como também os seus pontos fortes. Ou seja, as habilidades que ele domina melhor.
Objetivo desse catálogo
Além disso, é importante ressaltar que o novo catálogo não foi criado para substituir os sistemas de classificação do TEA usados atualmente.
Dessa forma, o seu objetivo é complementar os outros sistemas, por meio de definições e exemplos mais precisos, que facilitem o entendimento acerca do transtorno e do tratamento mais adequado para o paciente pelos profissionais.
Esse novo catálogo inclui mais de 100 categorias de habilidades e comportamentos que um paciente diagnosticado pode ou não apresentar. Portanto, segundo especialistas, trata-se de uma descrição concentrada mais na função.
Além disso, em relação aos aspectos que precisam ser melhorados no novo catálogo, de acordo com os críticos, um deles está relacionado à ausência de uma categoria de sensibilidade sensorial, e outro ao fato de não terem sido envolvidos adultos autistas durante a elaboração do catálogo.
De qualquer forma, mesmo com essas deficiências, os especialistas esperam que o novo catálogo contribua para os profissionais desenvolverem planos de intervenção melhores, que garantam aos pacientes resultados mais satisfatórios e uma qualidade de vida mais plena.
Aprendendo mais do assunto
É um profissional da área da educação, saúde ou é pai/mãe de uma criança com atraso no desenvolvimento? Pois, aprender sobre como analisar o autismo e categorizá-lo é fundamental para poder realizar uma intervenção precisa para o indivíduo.
No IEAC oferecemos diversos cursos sobre a intervenção ABA. Clique aqui para conhecer mais e expandir seu conhecimento sobre o assunto!