Movimentos Auto Estimulatórios: Deixar ou não deixar?

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Intervenção baseada em Evidência Científica

Sumário

Muitos pais permitem que suas crianças realizem movimentos auto estimulatórios. Obviamente que eles acreditam que não estão fazendo nenhum mal nem prejudicando a criança.

Agora, qual o problema de deixar a criança realizar estes movimentos livremente?

Deixar ou não deixar?

Muitos estudiosos afirmam que sim, você pode deixar seu filho se engajar movimentos auto estimulatórios.

Pela razão que é humanamente impossível pais e mães permanecerem vinte e quatro horas por dia estimulando as crianças.

Que você passe grande parte do seu dia controlando os movimentos da criança, devem haver concessões.

Não é possível esse controle. Então é natural que deixarmos nossas crianças se engajar movimentos auto estimulatórios.

Mas os problemas desses movimentos é o que eles seriam e como eles ocorrem por parte da criança.

O que são os movimentos auto estimulatórios?

Estes movimentos normalmente são estímulos que a criança realiza porque ela gosta e sente prazer em realiza-los.

Por este motivo são tão difíceis de serem controlados. Pois, muitas vezes a criança está fazendo uso do próprio corpo, então como a criança vai controlar isso?

Assim se torna algo díficil de controlar e proibir a criança de realizar estes movimentos auto estimulatório.

De tal maneira é importante ter em mente se essa criança possui um repertório grande ou limitado de linguagem, se é desenvolvida ou não.

Também se deve observar os problemas de percepção sensorial, como ela recebe estímulos do ambiente, seja audiovisual ou em relação ao próprio corpo envolvendo o sistema vestibular, ou se ela possui problemas nessas questões.

Muito provavelmente se essa criança possuir alguma limitação ela vai se engajar em movimentos auto estimulatórios para compensar algum déficit.

Além de déficits, crianças também realizam estes movimentos para esboçar excessos sensoriais.

Então esses movimentos ocorrem por diversos motivos que intervêm no repertório da criança.

Se esta criança não possuir repertório, não tem como se engajar em brincadeiras ou comunicação com terceiros.

Pois a criança realmente não sabe como realizar tais coisas, nem como se relacionar com o mundo a sua volta.

Assim resumindo, quanto menos repertório essa criança possuir, mais ela vai se engajar em movimentos auto estimulatorios.

É claro que movimentos sensoriais fazem parte do desenvolvimento infantil assim como o desenvolvimento motor.

Logo, se a criança possuir algum problema no desenvolvimento sensorial dela ou na forma como recebe estímulos do ambiente ou como isso procede dentro do cérebro dela, também pode ceder a movimentos auto estimulatórios e ficar alheios a questões externas.

movimentos auto estimulatórios

Importante salientar

Agora é importante se ter em mente a topografia, a forma como esta criança realiza estes estímulos,

Se essa for uma forma agressiva que pode colocar a criança em risco, é aí que precisamos intervir.

Dentro da análise do comportamento uma maneira é a forma do comportamento. Ou seja, sua topografia, a maneira como ele ocorre. E a outra maneira é a função, a qual este comportamento traz para a vida da criança e porque elas realizam estas práticas.

Assim o comportamento tem basicamente quatro funções primordiais que explicam o porquê tais coisas ocorrem. São eles:

  • Para ter alguma estimulação sensorial;
  • Apenas por realizar mesmo;
  • Escapar ou fugir de alguma coisa;
  • Para obter alguma coisa: comida, vídeo, brinquedo;

São estas as quatro funções do comportamento onde nós explicamos o porquê os movimentos auto estimulatório acontecem.

Mas, você não deve achar que todo comportamento que parece ser auto estimulatório tem a real função de gerar algum benefício para a criança.

Porque às vezes o movimento pode tem como função apenas chamar a atenção ou para obter algo.

Por isso que é muito importante olhar o comportamento da criança. Analisando em termos de antecedência e de consequência para se descobrir a real função das suas ações.

Assim somente após uma análise de comportamento é que pode se dizer se de fato é sensorial ou uma realização de movimentos auto estimulatórios.

Esta é a grande questão, não se pode achar que todos os comportamentos são funções de auto estímulo.

Com este tipo de pensamento a criança ficará entregue a própria sorte. É necessário realizar uma análise mais aprofundada.

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Análise aprofundada do comportamento

Como pode ser feita essa análise do comportamento mais aprofunda?

Existem alguns caminhos que que devem ser seguidos. Como a análise funcional do comportamento, existem métricas e escalas que podem ser usadas de parâmetros para medir estes comportamentos.

Mas é muito importante que se tenha em mente a função do comportamento e que não se encare que tudo é uma questão sensorial.

Nós também precisamos ensinar nossas crianças a ampliar o repertório de linguagem e ter isso como objetivo.

Os aspectos que devem ser trabalhados com as crianças são as habilidades de linguagem, pedir, prestar atenção nos outros, de brincar.

Antes de trabalhar isso tudo, a criança passa por uma avaliação, para que se possa formular uma intervenção personalizada para o seu perfil.

Com esta análise detalhada é que podemos descobrir motivos pelos quais os movimentos auto estimulatórios ocorrem e como a criança utiliza do mesmo.

E chegando a conclusão da análise, é possível saber se é uma função sensorial ou se a criança realiza porque se sente bem com aquilo.

Deve-se trabalhar isso na intervenção ensinando novas habilidades, ou direcionando este comportamento ou ensinando novos.

Isso para que essa criança possa ver que há outras formas de se dar prazer além dos movimentos auto estimulatório.

Conclusão

Não é podar a criança totalmente. É ensinar para ela uma nova forma de ver o mundo, de se relacionar e de buscar novos estímulos e ampliar o repertório.

Claro, é deixando que ela realize estes movimentos que a acalma. Mas também ensinando quando fazer, quando pode e quando não pode.

Isso serve para que os movimentos auto estimulatórios não estejam em nível de competição com o aprendizado da criança.

Pois esse é um dos grandes problemas da auto estimulação, ela compete como a criança aprende e isto impede que ela se relacione normalmente.

Agora que você já sabe mais sobre os movimentos auto estimulatório como você vai trabalhar isto com suas crianças? Você vai permitir ou não?

Como salientamos não é um problema a sua realização, mas sim como a criança o realiza e a intensidade.

Comente aqui se você já teve que lidar com isso e como foi. Também pode deixar suas dúvidas, que tentarei respondê-las e ajudar da melhor forma possível.