Você sabia que há uma grande relação do autismo e os avanços científicos que mais mudaram o mundo?
Os cientistas mais proeminentes do mundo – tanto do passado, quanto do presente – são conhecidos por suas peculiaridades e excentricidades.
É amplamente aceito que ter um foco único em um campo científico efetivamente afoga o desejo de se integrar, resultando em uma espécie de afastamento social.
Portanto, acredita-se que esse tipo de comportamento seja apenas um artefato da mente científica.
Mas poderia haver algo além?
Um estudo relevante
De acordo com um estudo da Universidade de Cambridge, que analisou 500 mil pessoas – engenheiros, matemáticos, físicos e inventores; algumas das mentes mais brilhantes do mundo –, foram encontradas, frequentemente, algumas tendências autistas, mesmo que não tenham recebido um diagnóstico oficial.
O estudo, liderado pelo professor Simon Baron-Cohen, era, na verdade, um experimento que consistia de um questionário que chamavam de quociente do espectro autista.
Dessa forma, os participantes foram convidados a preencher esse questionário, por meio do qual eram avaliados sobre certas afirmações, como “Eu acho difícil fazer amigos” ou “Eu sou fascinado por números“.
Uma descoberta interessante
Então, o estudo descobriu que pessoas nos campos da Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática têm mentes muito mais predispostas ao “pensamento sistêmico”.
Por isso, são muito mais propensas a exibir comportamentos associados ao autismo, do que indivíduos em profissões menos técnicas.
Até agora, as descobertas mostram uma relação que é mais consequência do que causa, mas a conexão é inegável.
O experimento está de acordo com os comportamentos de muitos dos cientistas mais famosos do mundo. Eles não somente exibem uma genialidade extraordinária no seu campo, como também exibem sintomas que se alinham com o espectro autista.
Enquanto algumas das grandes mentes que entraram em nossa lista antecedem a nossa capacidade atual de identificar e diagnosticar o autismo – na verdade, antecedendo o próprio DSM por várias gerações –, alguns dos traços que eles sabidamente demonstram coincidem com características comuns entre aqueles com autismo.
Autismo e os avanços científicos: conheça essas histórias!
Albert Einstein
A Teoria da Relatividade fez dele o físico mais influente desde Newton…
Albert Einstein, o brilhante físico mais conhecido por suas teorias gerais e especiais da relatividade, revolucionou a Física e nossa compreensão de tudo, da gravidade à energia. Isso fez dele, talvez, a figura científica mais icônica e reconhecível, e certamente um dos físicos mais influentes do século XX.
Mas o que muitos podem não saber é que Einstein realmente demonstrou muitos sinais do que hoje poderia ser reconhecido como Transtorno do Espectro Autista: ele era não verbal até os 4 anos de idade. Além disso, repetia obsessivamente frases para si mesmo até os 7 anos de idade.
Enquanto a sua inteligência estava muito avançada, muitas vezes ele tinha dificuldade em aprender na escola, em grande parte devido às dificuldades com a interação social.
Ele era indiferente e tinha sensibilidade tátil a tal ponto que foi relatado possuir dificuldade com contato físico de qualquer tipo, mesmo com seus próprios filhos.
Sua pesquisa nasceu de uma capacidade quase sobrenatural de imaginar e conceituar o abstrato. Quem mais poderia ter apresentado o conceito de que a luz das estrelas se dobra em torno da atração gravitacional de objetos massivos, ou que o espaço-tempo é como um tecido que pode ser dobrado e manipulado.
Dessa forma, tudo isso faz acreditar que há realmente uma grande relação de autismo e os avanços científicos.
Sir Isaac Newton
A constante gravitacional estabeleceu as bases para a Física Moderna…
Decerto, sem o trabalho de Sir Isaac Newton, poderia nunca ter havido uma constante gravitacional. E, sem a constante gravitacional, não haveria Física Moderna, muito menos Física Relativa ou Subatômica.
Inegavelmente, todo o trabalho que Einstein fez começou com as descobertas de Newton.
Na verdade, ele foi creditado pelo início da Revolução Científica, no século XVII. Mas, com a sua genialidade, vieram muitos traços que hoje provavelmente seriam associados ao Transtorno do Espectro Autista.
Os sinais do TEA
Embora Newton fosse frequentemente descrito como quieto, de acordo com muitos, por vezes, ele era claramente recluso e mal falava com os outros. E, quando falava, tinha dificuldades em desenvolver conversas simples e rasas, tinha dificuldades em manter conversas básicas e diárias.
Por exemplo, como muitos indivíduos no espectro autista, ele frequentemente se esquecia de comer quando se concentrava intensamente em algo, particularmente quando estava trabalhando.
Além disso, sua dificuldade em fazer amigos o fazia parecer frio e indiferente para muitos. Se ele fosse dar uma palestra, sua extrema obsessão em manter cronogramas significava que ele daria a palestra, independentemente de alguém aparecer ou não.
Por causa de sua inépcia social, Newton frequentemente preferia se isolar. Depressão e paranoia estavam presentes durante toda a sua vida adulta e ele teve um colapso nervoso aos 50 anos.
Hoje, Newton teria sido capaz de levar uma vida muito mais saudável e equilibrada, graças à nossa compreensão avançada do autismo e da saúde mental, em geral.
Porém, naquela época não havia uma compreensão sobre o autismo e os avanços científicos sobre saúde mental.
Charles Darwin
A teoria da evolução e seleção natural revolucionou a ciência biológica…
A teoria da evolução e o conceito de seleção natural, como descrito maravilhosamente no trabalho científico seminal, A Origem das Espécies, foram as contribuições de Charles Darwin para o estudo da Biologia.
Não somente é creditado pelo maior avanço na história na compreensão científica do “porquê” por trás das coisas que observamos na natureza, como também ele exibiu alguns comportamentos que sugerem a possibilidade de autismo.
Ele era uma criança solitária que tinha dificuldades sociais. Dessa forma, as dificuldades o acompanharam até a idade adulta. Então, foi relatado que ele preferia escrever cartas do que conversar pessoalmente. De fato, muitos disseram que ele tentava evitar o contato social a todo custo.
Desde criança, Darwin era intrigado com o funcionamento das coisas e acumulou uma coleção de espécimes biológicos, incluindo insetos e conchas.
Além disso, várias biografias sobre a sua vida chegam a descrevê-lo como obsessivo-compulsivo e ritualístico com o modo como lidava com as tarefas comuns.
Além disso, da mesma forma que muitos outros no espectro autista, Darwin era bastante introspectivo e retraído, e tinha uma forte capacidade de observar e analisar.
Seu foco singular, quase obsessivo, era incomparável a qualquer de seus contemporâneos – ele disse ter passado 8 anos estudando nada além de cirrípedes.
Por isso, há muitas especulações sobre o autismo e os avanços científicos realizados por Darwin.
Nikola Tesla
A corrente alternada permite que a eletricidade seja transportada por grandes distâncias…
O famoso inventor e engenheiro Nikola Tesla era mais conhecido pelo desenvolvimento do sistema elétrico de corrente alternada. O avanço que permite que a eletricidade seja transportada por grandes distâncias a partir de uma única usina remota.
Muitos argumentariam que Tesla é o verdadeiro gênio por trás da Ciência Elétrica e da Engenharia. Sendo assim, pode ser considerado muito mais brilhante do que o seu mentor Tomas Edison, que supostamente roubou de Tesla muitas ideias que os livros de história lhe dão crédito.
Enquanto o brilhantismo de Tesla fala por si só e se torna claro em suas pesquisas, descobertas, invenções e literatura, isso não veio sem um lado sombrio.
Os sinais de autismo e os avanços científicos
Se estivesse vivo hoje, muitos de seus comportamentos levariam à especulação de que ele se encontra no espectro autista.
Não menos importante é o fato de que Tesla tinha um número excessivo de fobias. Além disso, tinha uma extrema sensibilidade às luzes e aos sons, e de uma obsessão pelo número três.
Desde criança, ele tinha uma enorme capacidade de manter atenção. Dessa forma, se mantinha muitas vezes obcecado por um projeto por longos períodos de tempo.
Sua capacidade de visualizar as coisas em sua mente permitiu que enxergasse máquinas muito complexas e gerações de conceitos ainda mais complexos antes de se tornarem uma possibilidade tecnológica.
O principal deles é a tecnologia sem fio – algo tão onipresente nos dias de hoje, que nem ao menos nos damos conta do quão fantástico é esse conceito que parecia ter saído de uma ficção científica quando Tesla o propôs pela primeira vez.
Temple Grandin
Uma forma mais inteligente, intuitiva e humana de lidar com os animais domésticos…
Temple Grandin é bióloga, educadora, cientista e defensora do autismo.
Essa mulher altamente talentosa, agora com 70 anos, é professora assistente de Ciência Animal na Universidade Estadual do Colorado e teve uma carreira bem-sucedida projetando equipamentos para animais.
Ao contrário dos outros cientistas da nossa lista, Temple Grandin foi oficialmente diagnosticada com autismo e é uma defensora declarada da causa.
Em 1986, ela escreveu uma autobiografia, Emergence: Labeled Autistic.
Os sinais de autismo e os avanços científicos de Grandin
Grandin disse que logo aos 6 meses de idade começou a desenvolver sinais de autismo, enrijecendo-se nos braços de sua mãe. Ela disse que arranhava a sua mãe já que se incomodava com o toque que os outros bebês desejavam ter.
Seus sentidos estavam sempre mais intensos, notando que os ruídos estavam sempre em “volume total e esmagador”. Ela era totalmente não verbal e não emitiu som até os 4 anos.
Sua mãe disse que muitas vezes se perguntava sobre o porquê de sua filha gritar. Grandin disse que isso era resultado de saber o que ela queria dizer, mas não ser capaz de articular adequadamente.
Mas, ao mesmo tempo, ela desenvolveu um intenso interesse por cheiros. Ela também comentou sobre o seu comportamento impulsivo e a súbita explosão de raiva. Aos 3 anos, ela descreveu o seu comportamento como destrutivo e violento.
Entretanto, Grandin também possuía uma incrível capacidade de se concentrar, o que lhe permitia abafar todos os estímulos externos e encontrar a paz em um mundo que costumava ser agitado e caótico.
Ela disse que atividades como “deixar a areia cair por entre os dedos” a deixavam contente por horas. Pois, de acordo com Grandin “cada partícula de areia me intrigava…”.
Entendendo além das limitações
Com todas essas histórias, é possível ver que há uma grande relação entre o autismo e os avanços científicos. Portanto, entender o TEA além das limitações é fundamental para conseguir desenvolver crianças com talentos.
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