Dicas para fazer o desfralde de crianças autistas

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Intervenção baseada em Evidência Científica

Sumário

Ensinar uma criança a deixar de usar as fraldas e começar a usar o penico costuma ser um processo longo e trabalhoso, variando de criança para criança. Mas o desfralde de crianças autistas pode se tornar um verdadeiro desafio, gerando muitas vezes frustração e estresse para toda a família.

Por que é tão dificil o desfralde de crianças autistas

As crianças autistas costumam apresentar dificuldade para desenvolver habilidades relacionadas à linguagem, à comunicação, à socialização, ao processamento sensorial, aos movimentos motores. Além da dificuldade para lidar com as mudanças na rotina.

Para essas crianças, tende a ser mais difícil saber identificar a sensação de bexiga cheia ou fralda molhada. Além disso, durante o processo de desfralde, pode ocorrer um aumento dos comportamentos problemáticos ou o surgimento de novos comportamentos. Pois, o treinamento pode desencadear nessas crianças a sensação de medo e ansiedade.

Dificuldades no dia a dia

Pode acontecer também de a criança se recusar a usar banheiros desconhecidos. Por exemplo, como banheiros públicos de um shopping, parque, restaurante.

De qualquer modo, é difícil prever quais crianças autistas terão dificuldades para usar o penico e quais não terão. Elas tendem a levar mais tempo para mostrar interesse pelo penico do que as outras crianças. Por isso, o período de tempo necessário para ensinar essa habilidade até a criança atingir a independência total varia muito.

O melhor a fazer é estar preparado e informado antes de começar o treinamento. Portanto, tudo o que foi mencionado acima deve ser considerado ao elaborar um programa de desfralde de crianças autistas.

desfralde de crianças autistas

Algumas dicas para facilitar o processo de desfralde são:

  • mantenha a criança sem fralda durante todo o dia, podendo substituir a fralda por cueca ou calcinha. Portanto, coloque a fralda somente para ela dormir, se necessário;
  • faça uma programação visual com as etapas de como usar o penico e cole no banheiro ou no local onde o penico estiver, para a criança aprender o passo a passo;
  • certifique-se de que a criança esteja bebendo bastante líquido. Assim, ela terá mais vontade de fazer xixi;
  • pergunte à criança várias vezes ao longo do dia se ela quer fazer xixi. Explicando em seguida que ela deve ir até o penico, baixar as roupas, sentar-se e fazer xixi;
  • coloque a criança no penico em intervalos regulares, a cada 10, 20 ou 30 minutos, aumentando esse intervalo aos poucos, e peça para ela fazer xixi;

+ Dicas para o desfralde de crianças autistas

  • torne a tarefa de fazer xixi no penico divertida para a criança, cantando uma música, mostrando vídeos de outras crianças fazendo xixi no penico. No mercado, são comercializados penicos de diferentes cores e formatos, que tocam música, para atraírem a atenção das crianças;
  • mantenha o penico em um local que seja mais agradável para a criança, mesmo que não seja necessariamente no banheiro;
  • quando a criança conseguir ficar seca por até 1 hora, pare de trazê-la para o penico e incentive ela a usar as palavras que você ensinou para pedir para fazer xixi;
  • faça elogios verbais e entregue reforçadores sempre que a criança fizer xixi no penico para reforçar o comportamento desejado;
  • registre e analise dados para acompanhar o progresso da criança, indicando a frequência e os horários em que ela fez xixi, a quantidade de vezes que ela fez no penico ou nas calças;
  • descarte questões médicas se você notar que a criança apresenta problemas intestinais, diarreia crônica, constipação. Se algum desses problemas estiver ocorrendo, procure tratamento médico antes de continuar o treinamento.

Tenha sempre em mente que o seu filho autista é único. Portanto, as técnicas que funcionaram para o seu outro filho ou seu sobrinho podem ou não funcionar para ele. Por isso, toda criança deve ser tratada de forma individualizada, considerando sempre as habilidades que ela já domina e as que ainda precisa aprender.

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