Para atuar na mudança de determinado comportamento da criança, como birras ou outros tipos de comportamento, precisamos atuar sob a função, e não sob a forma do comportamento, de acordo com as intervenções em ABA.
É preciso saber diferenciar a função da forma de determinado comportamento. E então podemos atuar sobre ele utilizando intervenções em ABA.
A forma do comportamento está relacionada a como esse comportamento se expressa. Enquanto a função está relacionada aos motivos que levam aquele determinado comportamento a se repetir. E é aí que as intervenções em ABA pretendem atuar.
Vamos entender melhor a diferença entre forma do comportamento e função do comportamento, no contexto das intervenções em ABA.
Diferença entre forma e função do comportamento
A primeira questão que gostaríamos de levantar é que função do comportamento e forma do comportamento são duas coisas totalmente diferentes.
E muitas vezes é comum que deixemos de nos atentar para a função. Dessa forma, ficamos preocupados apenas com a forma do comportamento.
Em Análise do Comportamento, o termo utilizado para denominar essa relação é topografia.
Na realidade, para as intervenções em ABA, a forma do comportamento, ou, em termos técnicos específicos, a sua topografia, representa apenas a forma como esse comportamento ocorreu.
Como exemplo, podemos citar o fato de uma criança se jogou no chão, ou jogou um objeto no chão, chorou… Isso tudo representa a topografia do comportamento. Ou seja, a forma do comportamento, a maneira como esse comportamento se expressa.
Entretanto, para elaborar as intervenções em ABA de modo eficaz para conseguir a mudança de determinado comportamento, não é a sua topografia, ou a sua forma, o fator no qual devemos nos atentar com mais afinco.
No que as intervenções em ABA prestam mais atenção
Em intervenções em ABA eficientes, o que a gente precisa estar mais atento é a função daquele determinado comportamento.
Ou seja, é necessário analisar o contexto. Em termos técnicos, analisar as contingências relacionadas aquele comportamento. Então, é entender a sua função.
É necessário que sejamos capazes de responder a seguinte questão ‘Por que essa criança fez isso?’
Para elaborar as melhores intervenções em ABA para que o comportamento possa realmente ser alterado, é preciso entender em primeiro lugar qual foi a função do comportamento da criança de se jogar no chão, ou de jogar um objeto no chão, ou de chorar. Com qual função ela faz isso?
É necessário entender o contexto em que esse tipo de comportamento se repete. Para desta forma poder explicar porque tal comportamento ocorre e com qual função.
Como avaliar a função do comportamento
É preciso entender que as crianças usam seus comportamentos como forma de se comunicarem.
Desta forma, para diminuir os comportamentos que podem ser vistos como um problema e aumentar a frequência de comportamentos considerados como bons, é necessário entender o que determinado comportamento está tentando comunicar.
Crianças com desenvolvimento atípico, como é o caso dos autistas, usam seus comportamentos como forma de comunicação, como linguagem.
E para atuar com essas crianças, é necessário compreender melhor essa linguagem para então conseguir ensinar algo a eles.
Para isso, é preciso entender como avaliar a função de determinado comportamento.
Um comportamento, pode ser dividido em três partes, em termos técnicos, a tríplice contingência.
Para entender a função de determinado comportamento, e assim poder atuar sobre ele, é necessário realizar a análise dessa tríplice contingência.
A tríplice contingencia do comportamento é expressa em:
- CONTEXTO ANTECEDENTE
Aquilo que acontece imediatamente antes do comportamento ser expresso;
- COMPORTAMENTO
Aquilo que ocorre logo depois da apresentação do contexto antecedente;
- CONSEQUÊNCIA
Aquilo que ocorre logo depois do comportamento. É aqui que é possível localizar a função do comportamento, para então poder agir sobre o mesmo.
Para coletar as informações necessárias e entender a função do comportamento e assim poder atuar sobre ele, o primeiro passo é proceder a análise da tríplice contingência.
Como fazer isso?
Em primeiro lugar, selecione os comportamentos incômodos. Então observe a criança para perceber o que desencadeia esse comportamento incômodo. E qual a consequência relacionada a ocorrência desse comportamento.
Entendendo essa relação é possível então entender qual a função de determinado comportamento.
E, assim, conseguir traçar as melhores estratégias para atuar sobre esse comportamento não desejado. E, então, diminuir a probabilidade de sua ocorrência.
De forma geral, os comportamentos possuem 3 funções principais:
- obter algo;
- escapar de algo;
- ou a busca de algum estímulo sensorial.
Descobrindo qual dessas funções está relacionado o comportamento da criança é que será possível desenvolver a intervenção adequada para trabalhar determinado comportamento.
Para cada função do comportamento identificada é possível atuar procurando uma estratégia de prevenção ou de substituição para esse comportamento.
Posteriormente, o ideal é descrever como o adulto deverá responder ao ser confrontado novamente com determinado tipo de comportamento.
É importante ressaltar que a prevenção e a substituição de determinados comportamentos facilita bastante o processo de aprendizagem da criança com desenvolvimento atípico.
Agora você pode compreender melhor o que é forma do comportamento, função do comportamento. E também como se dão as intervenções em ABA de acordo com esse contexto.
Para elaborar as intervenções em ABA, o Analista do Comportamento deve se atentar a este fator.
A gente sempre precisa olhar com mais cuidado para a função de determinado comportamento. E não para a forma como esse comportamento é expresso.
Se você gostou das informações deste artigo, aqui no nosso blog você encontra muito mais sobre intervenções em ABA. E também sobre Análise do Comportamento de forma geral.
Para conferir mais sobre o tema, visite as nossas publicações anteriores e continue acompanhando as nossas postagens. Se tiver alguma dúvida, deixe o seu comentário!