Atletas autistas? Conheça os 5 melhores e se inspire nessas histórias!

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Intervenção baseada em Evidência Científica

Sumário

Não, o fato de uma pessoa ter TEA não a impede de ser um atleta. E para provar isso, hoje você conhecerá a história de 5 atletas autistas.

Ela não pode jogar softbol. Ela não conseguirá se encaixar no time…

Ele não pode fazer parte do time de golfe. Ele causará desconforto para os outros golfistas…

Ele não pode nadar profissionalmente. Ele não tem força nem coordenação…

Ela não pode se tornar uma corredora profissional. Ela não consegue lidar com multidões.

Preconceito, estereótipos ou desconhecimento. Chame como você quiser, mas as crianças no espectro autista muitas vezes se veem nadando contra a maré de suposições distorcidas e noções preconcebidas que tentam impor limites ao que podem fazer.

Os desafios para atletas autistas

Para crianças com autismo, habilidades interpessoais e leitura de pistas sociais não são fáceis. De fato, elas podem ter problemas com o controle de impulsos e com o hiperfoco. Além disso, há inclinação para comportamentos repetitivos e stemização, o que podem não ser os traços ideais para um atleta.

Enquanto algumas das diferenças comportamentais, cognitivas e emocionais que definem o autismo podem fazer com que você sinta que envolver seus filhos no mundo supercompetitivo dos esportes não é a melhor ideia, há um número crescente de atletas autistas que resistiram aos estereótipos e fizeram nome em suas áreas.

Embora os Troféus Heisman possam não ser comuns para indivíduos no espectro autista, o problema pode ser mais sobre o fato de que muitas crianças com TEA não foram capazes de participar.

Novas possibilidades

Por isso, não piore os problemas com os quais o seu filho lida ao colocar limitações que não precisam existir. Pois, é totalmente possível que o seu filho tenha um verdadeiro talento atlético que, se incentivado, permitirá que ele alcance a excelência.

E as chances estão melhorando a cada momento, à medida que a sociedade continua se tornando mais consciente e aceitando pessoas que possam ser um pouco diferentes.

Reunimos uma lista de alguns atletas de ponta que estão nos esportes e no espectro autista. Esses cinco atletas autistas estão literalmente arrasando nos esportes de equipe, individuais e radicais.

Histórias de atletas autistas

1. Clay Marzo

Surfista

Como muitas pessoas no espectro autista, Clay Marzo foi rotulado erroneamente e diagnosticado muitas vezes durante a infância e a adolescência: DDA, dislexia e deficiência de aprendizagem.

Apesar de sua dificuldade de se socializar com outros, Clay era magistral sobre uma prancha. Porém, não foi formalmente diagnosticado com síndrome de Asperger até os 18 anos.

Mas, se você acha que a síndrome de Asperger o limitou, pense novamente. Após já ter alcançado uma reputação no mundo do surfe, foi lançado um filme sobre ele, Just Add Water (Apenas Adicione Água), que o apresentou a um público mais amplo e o lançou à fama.

Sua história inspirou inúmeras outras pessoas, e toda a enorme cobertura dada a ele pela ESPN, e um artigo na revista Rolling Stone, impulsionaram a sua carreira.

O conforto no esporte

Mas, se você perguntar a Clay, 24 anos, por que ele continua surfando, ele responderá que não tem nada a ver com o dinheiro ou a fama.

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Ele sente-se em casa nas águas em Maui – talvez mais do que em terra. Entretanto, ele tem dificuldade em manter uma conversa, manter contato visual e desenvolver relacionamentos.

Ainda que tenha síndrome de Asperger – considerada uma forma menos severa de autismo -, suas dificuldades são muitas vezes intensas.

Mas foi desde criança, encontrou consolo na água. Ele era pela água, de acordo com a sua mãe, Jill. “Fora da água, ele não estava confortável, mesmo hoje. Na água, é como se ele pudesse respirar”.

Embora a fixação possa ser um desafio para muitos indivíduos com autismo, a obsessão de Clay pelo surfe transformou-se em uma carreira próspera.

Sua mãe diz que ele ainda tem dificuldades para conhecer novas pessoas, conviver com o mundo ao seu redor e até mesmo responder perguntas básicas. Para Clay, agora considerado um dos melhores freesurfers do mundo, a água permanece sendo a sua paz.

2. Tommy Dis Brisay

Corredor

Completar uma meia maratona em 1h14min55s é apenas uma de várias conquistas de Tommy Dis Brisay.

Aos cinco anos de idade, seus pais foram informados de que ele nunca desenvolveria a capacidade de falar. Uma série de medicamentos e inúmeras dificuldades levaram ao excesso de peso na adolescência.

Mas, seus pais estavam comprometidos com o sucesso do filho e o incentivaram a desenvolver um interesse. Seu pai, Peter, um ávido corredor, incentivou Tommy a fazer trilhas.

Uma corrida com o pai foi tudo o que ele precisava para ficar viciado em correr. Logo no primeiro ano, Tommy perdeu 35 quilos e começou a competir em várias corridas, acabando por liderar o grupo e conquistando o primeiro lugar em muitas.

Tommy diz “Eu corro todos os dias, todas as semanas, todos os meses, todos os anos”.

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Uma obsessão por correr

A obsessão pela corrida transformou-se em amor ao atletismo e, desde então, Tommy também venceu corridas de caiaque e esqui de fundo.

Mas, correr fez mais por Tommy do que perder peso. Rapidamente, o esporte tornou-se uma válvula de escape para a sua ansiedade, servindo como um modo positivo de concentrar as suas energias.

Ele também se tornou parte da comunidade de corrida de Ottawa, Canadá, e os membros o apoiam, apesar dos seus desafios com a síndrome de Asperger.

Por exemplo, os organizadores do Ottawa Race Weekend permitiram que o pai de Tommy, Peter, andasse com a sua bicicleta ao lado do seu filho durante a corrida para guiá-lo e ajudá-lo a correr pelo percurso.

Outros membros da comunidade de corrida acham que o hábito de cantar músicas da Disney e recitar falas de filmes durante a corrida são bastante peculiares, embora esses hábitos permitam que Tommy relaxe e lide com tudo, desde as multidões de pessoas aos barulhos altos.

Peter diz que, como resultado da corrida, Tommy tornou-se menos ansioso, mais social e menos dependente de medicação. Seus sucessos continuam a inspirar outros a perseguirem os seus sonhos, mesmo com uma deficiência.

3. Jim Eisenreich

Jogador da MLB

Jim Eisenreich foi uma estrela da Major League Baseball dos EUA, em 1982, onde jogou pelo Minnesota Twins.

Porém, os tiques incontroláveis, resultado da síndrome de Tourette, combinados com um diagnóstico posterior de síndrome de Asperger, levaram a sua retirada da MLB, em 1984.

Contudo, a medicação, juntamente com uma compreensão mais profunda dos seus desafios, permitiu que ele retornasse ao jogo que ele tanto amava, em 1986.

Então, em 1989, Jim ganhou o prêmio de melhor jogador do ano do Kansas City Royal e acabou tendo uma carreira de muito sucesso, que durou 15 anos.

4. Jessica-Jane Applegate

Nadadora

A nadadora britânica Jessica-Jane Applegate, 18 anos, é uma atleta condecorada, ostentando 24 medalhas de ouro em eventos paraolímpicos. Como resultado, ela possui 11 recordes britânicos e um recorde mundial para borboleta de 100 metros.

Porém, ela também tem síndrome de Asperger.

Mas um diagnóstico precoce da síndrome de Asperger não desencorajou Jessica-Jane de perseguir a sua paixão pela natação.

Por isso, aos 13 anos de idade, ela já havia estabelecido vários recordes regionais e, apenas alguns anos depois, ela foi selecionada para um programa de talentos esportivos no Reino Unido e estabeleceu o segundo recorde mundial mais rápido para estilo livre de 200 metros.

Além disso, ela foi a primeira atleta britânica da categoria com deficiência intelectual a ganhar o ouro nas Paraolimpíadas de 2012.

Em seguida, após diversos recordes quebrados, em 2013, ela foi nomeada membro da Ordem do Império Britânico (MBE) pelas suas contribuições para a natação.

As dificuldades sociais de Jessica-Jane

Embora ela não deixe que os seus desafios a limitem, ela permanece aberta sobre as suas dificuldades:

“No treinamento/na competição, há poucas pessoas que realmente entendem o quanto é difícil para mim. Eu realmente tenho dificuldades para lidar com as pessoas socialmente. Não gosto de nenhuma mudança e tentar me concentrar em mais de uma coisa é muito difícil, mas o meu treinador é muito compreensivo. Então, temos um cronograma para tudo. Desse modo, eu tenho uma boa rotina, fazemos planos para manter a calma e sempre temos um plano de segurança, então me sinto segura”.

5. David Campion

Atleta de snowboard

O australiano David Campion é um campeão de snowboard, tendo representado o seu país nos Jogos Especiais de Inverno da Special Olympics 2017, na Áustria.

David é o segundo atleta de snowboard a ser selecionado para representar a Austrália nos jogos de inverno. Sendo, um dos mais famosos atletas autistas.

Assim como tantos jovens, David ficou obcecado com a ideia do snowboard. Apesar de admitir que levou algum tempo para pegar o jeito. Mas, depois que pegou a prática, ele disse que não havia mais como parar.

“Eu começava a ficar frustrado. Então, meio que veio para mim, meio que acendeu a luz; foi como andar de bicicleta”.

Sua mãe, sem dúvida, a sua maior incentivadora, pois viu potencial em sua habilidade no snowboard e o encorajou a se envolver com a Disabled Winter Sport Australia.

Uma esperança para outros atletas autistas

O encorajamento e incentivo é fundamental para as crianças e adolescentes com TEA. Muitas vezes, isso é justamente o que falta para que elas consigam ir além.


Então, você já conhecia a história de algum desses atletas autistas?
Conhece outros atletas autistas?
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