Primeiro passo para agir nas estereotipias e problemas de comportamento é entendendo quais são as funções do comportamento. E isto é feito através da observação nas variáveis ambientais do comportamento, ou seja, o que ocorre no ambiente antes do comportamento, quais são as consequências desse comportamento, tudo que está mantendo o comportamento.
Mas antes de você realmente agir nos problemas de comportamento, é necessário realizar uma análise da função do comportamento que, por sua vez, só é possível através de uma avaliação funcional do comportamento.
O que é a avaliação funcional do comportamento para problemas de comportamento?
Para que possa atuar nos problemas de comportamento (sejam estereotipias, comportamentos agressivos) é necessário entender da função do comportamento, sendo necessário fazer uma análise funcional.
Para fazer a avaliação funcional existe alguns métodos que são utilizados para compreender quais são as variáveis (inseridas no ambiente da criança) que são responsáveis pelos problemas de comportamento.
Só após isso é possível desenvolver uma intervenção, um plano de intervenção comportamental baseado na função. Portanto, a avaliação funcional do comportamento se torna de extrema importância.
3 tipos diferentes de avaliação funcional do comportamento
Existem três formas de fazer a avaliação funcional, mas todas essas formas tem o objetivo de avaliar os antecedentes e consequências que causam e podem estar mantendo esse comportamento problema.
Elas são: indireta, descritiva e experimental.
As formas descritiva e experimental são mais complexas, necessitando de mão de obra mais capacitada, maior tempo para realizar, são mais confiáveis com dados mais precisos.
Já a forma indireta de realizar a avaliação funcional do comportamento é mais fácil de ser aplicada, necessita de menos treinamento, mas ainda assim existem estudos sobre o assunto, existe uma literatura sobre o assunto que a valida.
Como funciona a avaliação funcional do comportamento de forma indireta?
Nesta forma, não é feita uma testagem direta com a criança. São realizadas entrevistas estruturadas, check-lists, onde são feitas perguntas para que se possa conseguir entender sobre a função do comportamento da criança.
Desta forma, o profissional deverá confiar no relato verbal das pessoas a quem você está perguntando (seja os pais, cuidadores ou outros responsáveis que convivem com a criança, também é necessário atenção para o modo com que as perguntas são realizadas, pois isso pode interferir no resultado.
Entre as formas de avaliação funcional indireta estão algumas feramentas:
- Entrevista estruturada: o profissional perguntará para os pais em perguntas abertas, que não são fixas. Por exemplo, quanto tempo tem que esse comportamento ocorre? O que os pais fazem quando esse comportamento acontece? O que funcionou e não funcionou na redução dos comportamentos?;
- Escalas de frequência: perguntas pré-fixadas, em que os pais responderão em concordo plenamente, concordo em parte, não concordo nem discordo… Sendo assim, as perguntas são limitadas para a interpretação;
- Questionário de problema comportamental: 15 perguntas em que as respostas dadas são divididas em escalas. Por exemplo, a criança faz isso em 10% do tempo? 25? 50? Ou nunca faz?;
- Ferramenta de Rastreamento de Análise Funcional: questionário com 16 perguntas que vão trazer possíveis variáveis ambientais que vão manter os comportamentos. Com essa ferramenta, o perfil de pergunta e resposta é realizado com sim e não, e as respostas com sim apontarão para as funções do comportamento, pois perguntas são baseadas nas funções do comportamento;
- Questões sobre funções do comportamento: check-list comportamental.
Desta forma, você já consegue ter uma visão mais geral a respeito da avaliação funcional do comportamento, especialmente no critério da avaliação indireta.
Estudar sobre esse assunto é essencial antes de começar a agir com uma intervenção em problemas de comportamento, sendo extremamente necessário realizar avaliações adequadas.
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