O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurodesenvolvimental que apresenta desafios significativos em termos de diagnóstico e tratamento. A telemedicina, que utiliza a tecnologia para prestar cuidados à distância, surge como uma solução promissora para enfrentar esses desafios, especialmente no contexto da triagem e diagnóstico precoce do TEA.
O Papel da Telemedicina no Diagnóstico do TEA
Esses dispositivos permitem que os profissionais obtenham uma referência diagnóstica positiva ou negativa para crianças suspeitas de terem TEA com base em observações e resultados de questionários de vídeos caseiros curtos e listas de verificação comportamentais online.
Como resultado, há uma espera significativamente menor entre os pais expressando preocupações e recebendo avaliações de desenvolvimento para seus filhos.
Revisões Anteriores e a Necessidade de Mais Pesquisa
Até o momento, apenas quatro revisões discutiram o uso da telemedicina na triagem e diagnóstico do TEA, e pouquíssimos estudos foram relatados na literatura.
Por exemplo, Alfuraydan et al. revisaram a aplicação da telemedicina para o diagnóstico do TEA, mas não para a triagem.
No entanto, nenhuma das revisões anteriores examinou de forma abrangente a aplicação e os indicadores comportamentais observados da telemedicina para a triagem e diagnóstico do TEA.
Metodologia do Estudo Atual
Este estudo seguiu as diretrizes PRISMA para o processo de revisão sistemática. Uma busca sistemática foi realizada usando as bases de dados Web of Science, PubMed, ERIC e PsycINFO para artigos publicados de 2000 a junho de 2022. Os termos “telemedicina” e “autismo” foram usados para pesquisar os títulos e resumos.
Após a triagem inicial, 55 artigos foram selecionados para revisão completa. Destes, 29 foram excluídos por várias razões, deixando 26 artigos para inclusão na revisão sistemática. A qualidade dos artigos incluídos foi avaliada usando a Escala de Classificação de Mérito Científico (SMRS), que revelou que a qualidade geral era boa.
Resultados e Discussão
A busca resultou em 627 artigos, com 8 artigos adicionais obtidos de outras fontes. Após a remoção de artigos duplicados e a triagem, 26 artigos foram incluídos na revisão sistemática. A maioria dos estudos foi conduzida nos EUA, com alguns realizados no Reino Unido, Nova Zelândia e Austrália. Dos 17 aplicativos relatados na revisão, 4 foram desenvolvidos por empresas e 10 foram baseados em projetos financiados por universidades.
Conclusão
A telemedicina tem o potencial de revolucionar a forma como o TEA é diagnosticado e tratado. Com a crescente demanda por diagnóstico precoce e a falta de especialistas, a telemedicina pode desempenhar um papel crucial na melhoria do acesso ao diagnóstico e tratamento do TEA.
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