Considerações Importantes Sobre Diagnóstico e Intervenção de Transtornos do NeuroDesenvolvimento

Receba nossos conteúdos exclusivos

Intervenção baseada em Evidência Científica

Sumário

Neste artigo, trazemos considerações importantes que profissionais de diferentes áreas devem estar atentos ao realizar o processo de diagnóstico e intervenção de transtornos do neurodesenvolvimento.

Primeiramente, é importante compreender o que é um transtorno.

O que caracteriza um transtorno?

Um transtorno é um conjunto de sintomas, de características, responsáveis por causar prejuízos na vida das pessoas.

Uma dificuldade motora isolada não caracteriza um transtorno. É preciso avaliar como essa dificuldade está ocorrendo, onde ela está ocorrendo, com que frequência e se ela traz prejuízos ao cotidiano do paciente ou aluno.

É importante conversar com aqueles que mais convivem com o indivíduo que apresenta o comprometimento, pois as informações trazidas por essas pessoas poderão ser de muita valia para o fechamento do diagnóstico.

Além disso, é necessário obter informações sobre o início dos sintomas e sobre o histórico do desenvolvimento. A investigação deve ser ampla, de forma que ela possa unir todas as avaliações e os instrumentos para fazer o diagnóstico clínico.

Qual deve ser o foco da intervenção de um transtorno do neurodesenvolvimento?

Quando falamos de diagnóstico e intervenção de transtornos do neurodesenvolvimento, o foco do tratamento deverá estar na melhora das habilidades e na diminuição dos comportamentos que não sejam adequados. Esses comportamentos devem ser avaliados dentro do que é importante para o paciente ou aluno.

Muitas vezes, os pais preocupam-se muito com determinados comportamentos que prejudicam o convívio social do paciente ou aluno, mas não necessariamente esses comportamentos deverão ser trabalhados primeiro.

Os profissionais devem focar não somente nos déficits, mas também nos comportamentos positivos do paciente ou aluno. Tanto na fase de avaliação como no tratamento, o profissional deverá analisar o que está alterado e o que está preservado naquele indivíduo, seja uma criança, um adolescente ou um adulto.

As habilidades que estão preservadas, ou mais desenvolvidas que a média, vão auxiliar no desenvolvimento daquelas que estão em defasagem.  Portanto, tanto os comportamentos positivos como os negativos deverão ser considerados para que o tratamento tenha sucesso.

Durante a intervenção, todos os ganhos deverão ser considerados, por menores que eles sejam. A expectativa dos pais e de alguns terapeutas é, muitas vezes, maior do que a realidade, o que acaba gerando uma frustração.

Qual é a importância do diagnóstico?

O diagnóstico é muito importante para acompanhar a evolução e entender as conquistas do indivíduo. Os pais precisam saber se o paciente ou aluno necessitará sempre de suporte ou não, ou se será necessário o uso de medicação, com o acompanhamento de um médico.

O diagnóstico deverá envolver competências de diversas áreas, por isso é importante que a avaliação seja realizada por diversos especialistas.

Em alguns casos, será necessário o estímulo de algumas habilidades que estejam em defasagem antes do fechamento do diagnóstico, pois essas defasagens poderão ser consequência de uma baixa estimulação ou de uma estimulação errada. Será necessário aguardar e verificar se elas são parte do transtorno ou se podem ser sanadas com os estímulos adequados.

O foco deverá estar no comportamento que mais prejudica a qualidade de vida do indivíduo. Isso será importante para o embasamento do tratamento mais eficaz para aquele tipo de transtorno, mostrando se há alguma questão que deverá ser esperada no futuro, se haverá sintomas que ainda irão aparecer.

O diagnóstico é um norte para o tratamento, mas o mais importante é focar no que o paciente apresenta como dificuldade, pois pode existir inclusive mais de um transtorno associado, e o foco deverá ser a atuação no que traz o maior prejuízo ao indivíduo.

Se um paciente apresentar um diagnóstico que não for dominado pelo profissional que o esteja acompanhando, será importante que esse profissional busque informações ou receba uma supervisão.

Se, ainda assim, o profissional sentir que aquela questão não é de sua competência, será necessário encaminhar o caso para outro profissional com o perfil mais adequado àquela necessidade. Essa é a atitude mais adequada e ética e ela deve ser aplicada aos tipos de transtornos, às necessidades de tratamentos e à faixa etária do paciente ou aluno.

O que é necessário para realizar diagnóstico e intervenção de transtornos do neurodesenvolvimento de forma eficaz?

É preciso muito conhecimento e estudo para realizar um diagnóstico e um plano de intervenção adequados e de qualidade, visando sempre o bem-estar do paciente ou aluno e de seus familiares.

Existem terapeutas especializados em crianças e adolescentes, adultos ou idosos. Essa especialização traz competências profissionais que ajudam a garantir um tratamento mais eficaz.

No Transtorno de Espectro Autista (TEA), por exemplo, cada paciente ou aluno comporta-se de uma maneira, os sinais do autismo variam muito de um autista para outro, o que exige um sólido conhecimento por parte dos profissionais que lidam com essa população.

O transtorno não é algo plano, ele possui nuances. Cada paciente traz as características principais e os sinais que são próprios dele.

A ciência evolui continuamente e cada vez mais traz novas abordagens para os diagnósticos dos transtornos do neurodesenvolvimento.

Muitos transtornos não podem ser detectados por meio de exames específicos, como exames de sangue, ultrassonografias, radiografias e outros. O diagnóstico é muito mais clínico, voltado para a exclusão de possibilidades e para o entendimento de onde estão as alterações e do que está preservado.

Por todos esses fatores, o diagnóstico deverá contar com profissionais de diversas áreas, para que as nuances sejam entendidas e um plano de intervenção adequado ao paciente ou aluno seja criado, com o intuito de garantir que ele permaneça em constante desenvolvimento.

Para saber mais sobre diagnóstico e intervenção de transtornos do neurodesenvolvimento, venha conhecer a nossa Pós-graduação em Transtornos do Neurodesenvolvimento – Do Diagnóstico à Intervenção, a formação inédita que servirá de base para o seu conhecimento prático, aliando o melhor da evidência científica e prática clínica. Clique aquiClique aqui para obter mais informações.