Qual a função do atendente terapêutico no ambiente escolar? Como ele deve acompanhar as crianças com autismo? No que ele pode ajudar? Todas essas são dúvidas muito comuns!
O Atendente Terapêutico é um profissional extremamente necessário para acompanhar toda criança com autismo no ambiente escolar.
Por ser uma profissão que não é muito popular ainda, muitas pessoas possuem diversas dúvidas e até mesmo alguns profissionais podem ficar confusos sobre o que realmente é a sua função ou não.
Para ajudar a esclarecer essas questões, fizemos esse artigo explicando tudo sobre a atuação do Atendente Terapêutico no ambiente escolar.
Necessidade do Atendente Terapêutico no ambiente escolar
Uma criança com autismo precisa de alguém para acompanha-la na escola, especificamente um profissional que possa estar ao seu lado ajudando-a com cuidados especiais.
É um fato que as escolas possuem um enfoque grande para desenvolver a independência e autonomia das crianças.
Evidentemente, muitas vezes a criança com atraso no desenvolvimento não possuem a capacidade de uma criança com desenvolvimento típico. E isso pode ser muito desafiador tanto a para a criança com autismo, quanto para a própria escola.
Vamos supor a seguinte situação: a professora separa um momento para todo mundo beber água. Ao comando dado pela professora, as crianças pegam seus copos ou garrafinhas de água e conseguem beber a agua sozinhas. Mas a criança com autismo não.
Isso pode acontecer por dois motivos: a dificuldade da criança para entender o que foi dito, ou seja, possuir uma boa compreensão da linguagem, ou por ela não possuir o comportamento de imitação, não sendo capaz de imitar aquilo que as outras crianças já fazem.
A mesma situação pode se repetir em outros contextos, quando a professora pedir para as crianças pegarem suas agendas e levarem até ela, ou quando ela pedir que abram o caderno na tarefa de casa para realizar a correção.
As crianças neurotípicas conseguem fazer isso a partir do comando dado pela professora, mas as crianças com autismo possuem dificuldades na compreensão (linguagem receptiva) e também grande dificuldade no comportamento de imitação.
Por isso, elas precisam de alguém que esteja ao seu lado, ajudando-as para que elas consigam executar aquilo que já está sendo executado pelas outras crianças na sala de aula.
Isso significa que a maior necessidade do Atendente Terapêutico no ambiente escolar se dá pela necessidade da criança com autismo precisar de alguém que a acompanhe e esteja ali por conta dela exclusivamente.
Afinal, a professora não consegue estar a todo o momento disponível apenas para uma criança, pois ela possui uma classe inteira para dar atenção. Então, ela não consegue acompanhar aquela criança com autismo da forma que precisa ser feito.
O que faz um Atendente Terapêutico no ambiente escolar?
A função do Atendente Terapêutico é fornecer apoio para acompanhar a criança.
Isso significa estar ajudando nas questões mais simples de cuidado e também na instrução do que está sendo realizado acadêmica e pedagogicamente.
É necessário estar muito atento para isso e, na relação do AT com o cliente, deixar claro as funções do profissional e o que se espera dele.
O AT atua nessas funções que podem ir para além do acadêmico, atendendo as demandas e necessidades que a criança possui dentro daquele período de tempo que está naquele ambiente, no caso, no ambiente escolar.
Por isso, é importante que o Atendente Terapêutico tenha conhecimento sobre ensino de habilidade e independência. Por exemplo, como ensinar a criança a lavar as mãos? Como ensinar a ir ao banheiro sozinho? Como quebrar a seletividade alimentar da criança?.
Tudo isso é uma bagagem de conhecimento que o Atendente Terapêutico precisa ter! Pois, ele não é um profissional que vai ficar apenas na sala de aula, ele vai acompanhar a criança em todo o período que ela estiver na escola, ajudando-a em suas necessidades.
Mas claro que existe também o aspecto pedagógico, que é igualmente importante.
Quando a professora dá uma instrução para a turma, muitas vezes essa criança com autismo não tem a capacidade de prestar atenção para uma demanda que está sendo dirigida para a turma inteira.
Para que ela preste atenção em você é necessário que a pessoa dê a instrução a ela diretamente, Às vezes a criança precisa, inclusive, de uma ajuda física, por exemplo, que você pegue em sua mão e a ajude.
Isso torna o trabalho do Atendente Terapêutico ainda mais importante!
Desafios do Atendente Terapêutico no ambiente escolar
Uma coisa é certa: a partir do ensino fundamental o trabalho do Atendente Terapêutico começa a ficar muito mais desafiador, quando tratamento do aspecto pedagógico.
Isso é natural, pois quanto mais a criança cresce, mais evidente se tornam os atrasos que ela possui diante das crianças com desenvolvimento neurotípico.
Desta forma, o Atendente Terapêutico terá mais um desafio de ensinar muito mais coisas em um período de tempo cada vez mais curto. Além disso, a partir do ensino fundamental a quantidade de conteúdos apresentados para a criança é cada vez maior!
Com isso, surge ainda outro desafio: a adaptação do conteúdo.
Os atrasos na linguagem, que crianças com autismo possuem, afetam muito o aprendizado, tornando-o mais difícil. Portanto, torna-se necessário adaptar os conteúdos às capacidades atuais da criança.
Essa adaptação deve ser, por lei, feita pela escola. Mas não é assim que funciona na prática, até por uma questão de qualidade. Pois, a escola muitas vezes não possui profissionais que tenham uma formação para isso – e as adaptações devem ser feitas de acordo com as capacidades da criança.
O Atendente Terapêutico pode fazer a adaptação, mas isso deve ser feito em outro horário fora do horário em que está acompanhando a criança. Na escola, tudo já deve estar pronto e organizado.
Essa é outra demanda e também um desafio que o profissional precisa estar preparado para cumprir, mas algo que deve ser bem conversado e alinhado com os clientes, os pais/responsáveis da criança que o AT estará acompanhando.
O Atendente Terapêutico é um profissional cada vez mais requisitado e necessário no ambiente escolar para auxiliar crianças com autismo e também outros tipos de atraso no desenvolvimento.
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