Avaliação de triagem e diagnóstico para o autismo: O que você precisa saber sobre!

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Intervenção baseada em Evidência Científica

Sumário

Existem diversas avaliações de autismo e até mesmo na avaliação de triagem e diagnóstico para autismo existem dois tipos diferentes de avaliação.

Como esse é um assunto extenso e que precisamos ensinar com detalhes, hoje focaremos justamente sobre esses dois tipos de avaliação que consiste em:

  • Ferramentas de triagem, e;
  • Ferramentas de diagnóstico.

É crucial que profissionais que trabalhem no autismo, e especialmente médicos que acompanham a criança desde os primeiros meses de vida, entendam como funciona essas avaliações.

Afinal, quanto mais cedo a criança receber o seu diagnóstico, melhor será para ela conseguir se desenvolver.

Para esclarecer as principais dúvidas sobre o assunto que preparamos esse material para você, diferenciando como funciona a triagem para o autismo e as ferramentas de diagnóstico de autismo.

 Triagem para autismo

A avaliação de triagem para o autismo vai ajudar os cuidadores e profissionais a identificar e a relatar sintomas observados na criança.

Dessa forma, é uma ferramenta que vai ajudar no diagnóstico, para esclarecer indícios de características que ajudam a diagnosticar se a criança é ou não autista.

As triagens são baseadas nas manifestações de sintomas e déficits principais relacionados à comunicação social.

A criança autista tem algum desses sintomas leves, que nós chamamos de: sinais de alerta para o desenvolvimento desta criança.

Isso não significa que ela tem o diagnóstico, mas que foram observados sinais de alerta e por isso que esses sinais são importantes.

Alguns desses sinais de alerta são:

  • Evitar contato visual e preferir ficar sozinho;
  • Dificuldade em entender o sentimento dos outros ou falar dos seus sentimentos;
  • Ficar repetindo palavras ou frases várias vezes;
  • Tem atraso na fala e linguagem;
  • Ficar irritado com mudanças na rotina;
  • Tem reações não comuns a sons, cheiros, sabores;
  • Tem interesses obsessivos.

Esses são os sinais gerais que podem ser observados independentemente da idade da criança.

No entanto, entender os marcos de desenvolvimento aos meses é importante, pois existem sinais que são mais notórios em determinados períodos, por exemplo:

  • Aos 12 meses a criança não responde ao próprio nome;
  • A partir dos 14 meses a criança não aponta para objetos para mostrar interesse;
  • E com 18 meses ela não brinca de faz de conta, usando a sua imaginação.

Quando a avaliação de triagem para o autismo deve ser feita?

Segundo a Associação Americana de Pediatria, a triagem deve ser realizada na criança aos 9, 18 e 30 meses, geralmente nas consultas com o pediatra.

Essa triagem deve ter o foco em identificar aspectos de linguagem, habilidades cognitivas, motoras, e existem alguns tipos diferentes de triagem.

Até aos 18 meses o M-CHAT é o mais usado e estudado.

Dos 18 aos 30 meses esse ainda é o mais usado também, assim como outros questionários da área.

Porém, acima dos 30 meses ainda não existem triagens realmente validades, com tantos estudos quanto o próprio M-CHAT. Obviamente, existem outras ferramentas, como o Questionário de Comunicação Social, mas essas ferramentas ainda não são validadas e não possuem tantos estudos e comprovações científicas.

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Barreiras para identificação do risco na Triagem:

Existem algumas barreiras que os profissionais devem ficar atentos na Triagem, são elas:

  • Às vezes não é tão apurada na Triagem quando a criança tem sinais menos intensos ou habilidades cognitivas na média, isso faz com que se passe despercebido os sinais até o momento em que a criança entra na escola e comece a socializar com outras crianças, ficando mais claro o atraso no desenvolvimento em comparação com outras crianças de sua mesma idade;
  • É necessário cuidado e atenção com aquelas crianças que começam a ler muito cedo, possuem um interesse por matemática muito novas, querem aprender e se interessam por uma língua estrangeira e se desenvolvem nisso. Isso é um ponto de atenção, mesmo sendo algo muito positivo;
  • Meninas têm sinais em menor intensidade na externalização dos sintomas;
  • Muitas vezes as crianças têm diagnósticos errados, como por exemplo, dar um diagnóstico de TDAH para anos depois se descobrir que ela era autista
avaliação de triagem para autismo

Ferramentas de diagnóstico

Agora, falando sobre o outro tipo de avaliação, é necessário compreender que a criança em suspeita de autismo, com atraso no desenvolvimento é encaminhado para intervenção intensiva.

Esse diagnóstico é realizado de maneira clinica, sem exames.  E, para isso, são usados tipos de ferramentas de diagnósiticos.

É necessário entender que ainda há muita discussão na literatura sobre esse assunto, pois não há uma ferramenta única que vale no mundo inteiro. Dessa forma, há diferentes tipos de ferramentas, algumas são mais usadas em determinados países, outras em outros lugares.

Entre os tipos de ferramentas de diagnósticos, estão:

  • Escala de responsividade social – SRS;
  • Sistema de Avaliação de Comportamento Infantil;
  • Entrevista diagnótivca de avaliação para déficits de comunicação e sociais – DISCO;
  • Inventário de diagnóstico de autismo – ADI-R.

Ferramentas de observação validadas para confirmação de diagnóstico de autismo incluem:

  • ADOS- 2
  • CARS- 2

Algumas avaliações podem ser feitas somente por meio de determinados profissionais que são especializados nisso. Mas, normalmente, as avaliações são entrevistas, check-lists, momentos de observação da criança para observar parâmetros específicos.

Disponíveis no Brasil (sejam elas desenvolvidas realmente aqui ou que vieram de fora e foram validadas) e que são auxiliares no diagnóstico, temos:

  • ADL 2;
  • Escala Bayley;
  • PROTEA-R;
  • DENVER;
  • Vineland.

É extremamente necessário que hajam profissionais, médicos, que tenham conhecimento nessas ferramentas. Pois, quanto antes o diagnóstico é feito, melhor.

Por isso, nós temos um módulo exclusivo sobre autismo, analisando todas estas avaliações e escalas, na Pós Graduação de Transtornos do Neurodesenvolvimento – do diagnóstico a intervenção, clique aqui para saber mais.