O que é a Terapia ABA?
Para falarmos sobre aplicar ABA em pacientes ou alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), primeiramente precisamos compreender o que é ABA.
ABA é a sigla em inglês para “Applied Behavior Analysis”, que em português significa “Análise do Comportamento Aplicada”.
A ABA é uma ciência que estuda o comportamento humano socialmente relevante. É importante ficar claro que a ABA não é um método, por isso o correto é dizer “a” ABA e não “o” ABA.
Quando falamos em método, isso normalmente nos remete à ideia de algo fechado, restrito, que será aplicado para a resolução de um problema específico.
A ciência, por sua vez, é uma abordagem sistemática que tem como objetivo procurar e organizar o conhecimento sobre o mundo natural.
Como ciência, a ABA procura observar, analisar e também explicar a associação que existe entre o comportamento humano, o ambiente e a aprendizagem.
O comportamento é a atividade do organismo vivo. O comportamento humano corresponde a tudo aquilo que as pessoas fazem, falam, pensam e sentem.
O foco da ABA é analisar as relações funcionais que ocorrem no ambiente, é o que se chama de Relação ABC, em que “A” é o Antecedente, “B” é Comportamento (Behavior, em inglês) e “C” é a Consequência.
O Antecedente é tudo o que acontece antes do comportamento, o horário em que o comportamento ocorreu, quem estava presente no momento em que ele ocorreu, o que estava acontecendo naquele momento.
O Comportamento é o comportamento em si, e a Consequência é o que ocorre após o comportamento.
A Relação ABC é a base da ABA, sendo aplicada tanto para a aquisição de novos comportamentos como para lidar com os comportamentos desafiadores.
A relação entre o autismo e a ABA deu-se em maior escala e reconhecimento por meio de um estudo realizado em 1987 por Ivar Lovaas. Diversos órgãos ao longo do tempo passaram a recomendar a ABA para o tratamento no autismo, já que a Terapia ABA é a intervenção com maior evidência científica e recomendada pela Secretaria de Saúde dos Estados Unidos.
A Terapia ABA tem sido a responsável por trazer os melhores resultados para os pacientes ou alunos e garantir a eles uma vida mais saudável, autônoma e independente em relação às pessoas que os cercam.
Profissionais que podem aplicar ABA
Quando falamos de Terapia ABA, sabemos que a constância, a intensidade e a frequência são elementos de extrema importância no processo de intervenção.
Isso explica por que a presença do Aplicador ABA, também chamado de Atendente Terapêutico ou Acompanhante Terapêutico, é fundamental nesse processo.
Todo paciente ou aluno que realiza uma intervenção de acordo com os princípios e procedimentos da ABA precisa ter um profissional que esteja diariamente com ele, atuando na aplicação dos programas de ensino que foram previamente elaborados pelo Terapeuta ABA, também chamado de Analista do Comportamento.
O Aplicador ABA poderá atender o paciente ou aluno em diferentes ambientes: no ambiente doméstico, no ambiente escolar, em um consultório ou em uma clínica médica.
No Brasil, ainda não existe uma regulamentação que defina quem pode ou não atuar como Aplicador ABA, mas é muito comum que estudantes e/ou profissionais já formados em áreas da Educação e da Saúde optem por atuar como Aplicadores ABA.
Por esse motivo, é muito comum encontrarmos profissionais formados em cursos como Psicologia, Pedagogia, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Educação Física, Musicoterapia, e outros, trabalhando como Aplicadores ABA.
O conhecimento e a formação em determinada área representam um diferencial para o profissional. Dessa forma, um Aplicador ABA que possuir formação em Psicologia, por exemplo, terá uma compreensão e um entendimento diferente de um Aplicador ABA que não possuir essa formação.
Ainda que, até o momento, não haja uma regulamentação própria da profissão de Aplicador ABA, é importante esclarecer que, devido ao papel fundamental desse profissional na intervenção de pacientes ou alunos com transtornos do neurodesenvolvimento, como o autismo, é necessário que ele possua um conhecimento qualificado na sua área de atuação.
Se um profissional pretende atuar como Aplicador ABA, ele deverá ter conhecimento e domínio sobre os procedimentos e princípios da ABA, saber trabalhar em equipe, já que o trabalho multidisciplinar é fundamental na intervenção, e também conhecimento sobre o autismo, caso ele deseje atuar com essa população.
Pais também podem aplicar ABA
De acordo com os princípios da ABA e com o que é realizado nas universidades e nos centros de pesquisa dos Estados Unidos, que é um país de referência no tratamento do autismo, a participação dos pais nas intervenções é de extrema importância.
Para que os pais possam aplicar ABA e dar continuidade no ambiente doméstico e em outros locais ao que estiver sendo trabalhado com o paciente ou aluno pelos profissionais, eles deverão receber um treinamento prévio desses profissionais.
Afinal, o paciente ou aluno passa muito mais tempo da sua vida diária ao lado dos seus pais do que com os profissionais que realizam a intervenção.
Com os pais atuando como Aplicadores ABA e, portanto, garantindo aos seus filhos um tratamento mais intensivo, as chances de obter resultados mais eficazes com as intervenções serão maiores.
Além disso, as intervenções com a participação dos familiares também são importantes para os próprios pais, que muitas vezes se sentem perdidos e angustiados por não saberem lidar com as limitações e os comportamentos desafiadores dos seus filhos autistas.
Participando das intervenções, os pais poderão obter uma compreensão melhor sobre os comportamentos dos seus filhos, melhorando assim o relacionamento entre eles e beneficiando ambos.
Quem faz o Plano de Ensino Individualizado (PEI) do paciente ou aluno autista?
O processo de ensino para pacientes ou alunos com transtornos do neurodesenvolvimento, como o autismo, é chamado de Plano de Ensino Individualizado (PEI).
Ao falar de PEI, normalmente ele é remetido ao ambiente escolar, contudo o PEI baseado na ABA é bem mais abrangente do que isso.
Nos Estados Unidos, sob a perspectiva da ABA, o PEI engloba o indivíduo como um todo, sendo a escola somente um dos elementos que fazem parte da sua vida.
Como o PEI é um instrumento focado nas necessidades e características individuais de cada paciente ou aluno, é importante que ele seja elaborado contando com a participação de professores, coordenadores pedagógicos, pais e demais profissionais envolvidos na intervenção.
A elaboração do PEI envolve quatro etapas, que devem ser criteriosamente seguidas para o sucesso do plano de ensino: avaliação do paciente ou aluno; escrita dos objetivos de ensino; elaboração dos programas de ensino; e coleta de dados.
Para que os objetivos sejam alcançados mais rapidamente, o PEI deverá ser realizado de forma organizada e intensiva.
Por isso, é muito importante que todos os profissionais envolvidos trabalhem com os mesmos objetivos e princípios, sendo necessário que saibam aplicar ABA.
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