Questões Importantes sobre o Uso de Medicamentos para Transtornos do NeuroDesenvolvimento

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Intervenção baseada em Evidência Científica

Sumário

Uma das questões que devemos considerar quando se trata do uso de medicamentos para transtornos do neurodesenvolvimento está relacionada com a dosagem medicamentosa a ser administrada em crianças, adolescentes e adultos.

Para medicar uma criança ou um adolescente com atraso, devemos levar em consideração que a época de crescimento e o desenvolvimento do corpo deles é diferente dos de uma pessoa adulta.

Portanto, utilizar como critério o peso da criança ou do adolescente somente para definir a quantidade de medicamento a ser administrada não é o suficiente.

Afinal, esses pacientes estão passando por processos de formação e crescimento diferenciados dos de um adulto, logo outros fatores ligados ao seu desenvolvimento também deverão ser considerados no momento de administrar qualquer medicação para esses grupos de pacientes.

Outra questão importante sobre o uso de medicamentos para transtornos do neurodesenvolvimento, é que há uma diferença na forma como o medicamento é absorvido em homens e mulheres.

Dessa forma, assim como diferenças deverão ser consideradas dependendo da faixa etária em que o indivíduo estiver (infância, adolescência ou vida adulta), o fato dele ser um homem ou uma mulher também será um fator a ser levado em questão no momento da prescrição do medicamento.

Por que essas diferenças ocorrem?

Essas diferenças ocorrem porque a maioria dos medicamentos psicotrópicos atuam nos neurotransmissores e por meio deles, sendo eles: dopamina, serotonina, glutamato, GABA e a noradrenalina.

Há grandes mudanças nos receptores desses neurotransmissores ao longo dos anos de vida do indivíduo, ou seja, há picos de intensidade nas transmissões desses receptores.

Esses picos de intensidade ocorrem principalmente nos anos pré-escolares, havendo, depois, uma diminuição dessa intensidade no final da adolescência, e permanecendo assim durante a vida adulta.

Apesar de não existir ainda um consenso sobre o que isso implica, o que se sabe é que parece haver uma influência dessa intensidade de transmissão dos receptores sobre os medicamentos psicotrópicos.

Ou seja, nos períodos de maior intensidade desses receptores, os medicamentos teriam um efeito diferenciado sobre o indivíduo, por conta da alta atividade e intensidade dos neurotransmissores.

Quais são as consequências negativas disso?

As consequências negativas são que, em uma criança, por exemplo, por conta da alta intensidade da atividade cerebral, um transtorno como o espectro do autismo poderia afetar a efetividade do medicamento sobre o indivíduo em tratamento.

Isso nos leva a crer que o uso de medicamentos para transtornos do neurodesenvolvimento em um adolescente com uma atividade menos intensa dos neurotransmissores teria um efeito maior e mais efetivo sobre o indivíduo, se comparado a uma criança que apresenta um pico de intensidade na recepção dos neurotransmissores.

Logo, a administração medicamentosa na criança teria de ser revista, ao invés de ser somente baseada, por exemplo, na efetividade que determinado medicamento foi observado em um adolescente.

O que pode ser feito para melhorar a efetividade dos medicamentos nas crianças?

Nos dias de hoje, é altamente recomendável que os estudos e as análises sobre o efeito dos medicamentos em pessoas com transtornos de neurodesenvolvimento, como o autismo e o TDAH, sejam focados em grupos específicos, como, por exemplo, em grupos de crianças dentro de uma determinada faixa etária.

Por meio desse procedimento, é possível analisar de forma efetiva os efeitos desses medicamentos, bem como a real eficácia deles no grupo em questão, como em crianças, por exemplo.

Por que todas essas questões são importantes?

Essas questões são importantes para identificar e compreender a verdadeira eficácia dos medicamentos sobre os indivíduos com transtornos do neurodesenvolvimento, principalmente, as crianças.

Afinal, se um medicamento não for eficaz para um sinal específico apresentado por uma criança com atraso, teremos que levar em conta a questão da faixa etária em que ela se encontra.

Devemos nos perguntar: será que a dosagem está sendo pensada para a criança e seu organismo, ou não?

Pois, se isso não for levado em consideração, poderá ocorrer a troca do medicamento por achar que ele não está sendo eficaz para a criança, sendo que na verdade a sua dosagem não foi corretamente prescrita.

Pós GRaduação em Transtornos do Neurodesenvolvimento

Portanto, a primeira questão a ser levantada será: esta dosagem está adequada para a faixa etária tratada? Se a resposta for “sim”, então a troca do medicamento será necessária. Mas se a resposta for “não”, a adequação de sua dosagem às necessidades da criança serão uma premissa para sua efetividade.

Caberá, então, ao profissional especialista responsável pelo tratamento do indivíduo observar essas questões, avaliá-las corretamente e evidenciá-las aos familiares responsáveis.

Muito embora os médicos sejam os especialistas que realizam a prescrição de medicamentos, os profissionais que atuam semanalmente com a criança ou o adolescente precisam compreender dos efeitos que as medicações podem ter no organismo.

Justamente para que todos os profissionais compreendam sobre os atrasos e o uso de medicamentos para transtornos do neurodesenvolvimento, elaboramos uma Pós-Graduação voltada para os transtornos do neurodesenvolvimento, desde o diagnóstico até a intervenção, e sabemos que a intervenção medicamentosa faz parte das formas de intervenção para atuar nos sintomas que os transtornos do neurodesenvolvimento possuem.

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