Indivíduos que são diagnosticados com o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) podem apresentar graves problemas de comportamento, o que pode ser agravado quando TDAH e TOD coexistem.
40% dos pacientes ou alunos com TDAH também desenvolvem o Transtorno Opositivo Desafiador (TOD), também chamado de Transtorno Opositivo Desafiante.
Os principais sinais do TOD são: agressividade crônica, explosões frequentes e uma tendência a discutir, ignorar pedidos e envolver-se em comportamentos irritantes.
Portanto, o primeiro passo para aprender a lidar com transtornos como o TDAH e o TOD é descobrir se o paciente ou aluno apresenta somente um ou ambos, identificar os sinais que estão relacionados a cada um deles e, então, buscar o tratamento mais adequado, seja por meio de uma intervenção comportamental e/ou do uso de medicamentos.
Por que TDAH e TOD coexistem?
Até o momento, não se sabe por que tantos indivíduos diagnosticados com TDAH também apresentam TOD, por que TDAH e TOD coexistem. Em muitos casos, no entanto, o comportamento de oposição parece ser uma manifestação de impulsividade relacionada ao TDAH.
O que acontece é que um paciente ou aluno com TDAH muitas vezes se comporta mal não por ele ter uma intenção de agir de forma opositora, mas por que ele não consegue controlar seus impulsos opositores.
Além disso, como indivíduos com TDAH tendem a ter mais dificuldade para expressar o que sentem ou desejam, de lidar com a frustração e com a dor, o comportamento de oposição pode ser uma maneira deles tentarem lidar com essas questões.
Como lidar com um paciente ou aluno diagnosticado com TDAH e TOD?
Uma informação importante que os especialistas devem passar para os pais é que um paciente ou aluno diagnosticado com TDAH e TOD se sente melhor quando está no meio de um conflito ou de uma crise.
Se os pais desse indivíduo começarem a discutir com ele, durante esses momentos, eles estarão, na verdade, estimulando ainda mais os comportamentos problemáticos.
É muito importante ter isso em mente ao lidar com esses pacientes ou alunos, afinal as estratégias de disciplina que funcionam com indivíduos de desenvolvimento típico geralmente não funcionam para aqueles com TOD.
A tensão de lidar com um paciente ou aluno com TOD certamente é algo que poderá afetar toda a família. Existe uma tendência das pessoas ao redor de culpar os pais pelos maus comportamentos desses indivíduos.
Ainda que uma a disciplina inconsistente possa desempenhar um papel no desenvolvimento do TOD, essa raramente será a única causa.
Como tratar um paciente ou aluno diagnosticado com TDAH e TOD?
Qualquer indivíduo com TDAH que apresente sinais de comportamento de oposição precisa de um tratamento adequado para minimizar os sinais dos transtornos e garantir a ele uma melhor qualidade de vida.
A boa notícia é que, por meio da intervenção comportamental, é possível controlar até mesmo o paciente ou aluno com comportamento mais desafiador. Para que isso seja possível, será muito importante contar com uma boa equipe de profissionais especialistas.
Indivíduos diagnosticados com TOD que recebem uma intervenção precoce tendem a minimizar os sinais do transtorno ainda na infância. Mas indivíduos mais velhos com TOD são menos propensos a superá-lo.
Ademais, se o TOD não for tratado, o comportamento de oposição poderá evoluir para um transtorno de conduta, um problema comportamental ainda mais sério, marcado por violência física, roubo, fuga de casa, atear fogo e outros comportamentos altamente destrutivos e muitas vezes ilegais.
O primeiro passo é certificar-se de que o TDAH do paciente ou aluno esteja sob controle. Como o comportamento de oposição geralmente está relacionado ao estresse, é precisar identificar e eliminar as fontes de estresse relacionadas ao TDAH.
Afinal, se um indivíduo for muito impulsivo e tiver muita dificuldade para concentrar-se, será mais difícil tratar o comportamento de oposição durante a intervenção comportamental.
Nesse caso, poderá ser avaliado o uso de medicamentos para minimizar e controlar os sinais do TDAH, antes de iniciar o tratamento do TOD.
Como o treinamento de pais pode ajudar quando TDAH e TOD coexistem?
Em muitos casos, para tratar os sinais do TOD, é necessário que seja realizado o treinamento de pais. Caberá ao profissional especialista orientar os pais para que eles alterem a maneira como reagem em relação ao problema de comportamento do paciente ou aluno.
O treinamento de pais costuma ser altamente eficaz, tendo como resultado principal uma mudança drástica no comportamento do indivíduo, que melhora muito na maioria dos casos.
Isso tende a trazer benefícios, também, para a vida familiar como um todo, melhorando a vida conjugal e o comportamento do paciente ou aluno.
Infelizmente, muitos pais ainda relutam em receber treinamento e participar ativamente desse processo, intensificando o problema com uma disciplina excessivamente dura ou inconsistente.
Em vez disso, os pais devem reafirmar sua autoridade, estabelecendo recompensas e punições bem definidas e, em seguida, implementando-as de forma consistente e imparcial, de forma calma e amigável, para evitar que a atitude deles gere uma aversão por parte dos pacientes ou alunos.
Importância do uso dos reforçadores na intervenção quando TDAH e TOD coexistem
O uso dos reforçadores será muito importante nesse processo, para aumentar as chances de que os pacientes ou alunos realizem novamente os comportamentos desejados em outros momentos, bem como para minimizar os comportamentos problemáticos.
Muitos pais de indivíduos diagnosticados com TOD ficam tão focados nos maus comportamentos que param de reforçar os comportamentos positivos. No entanto, o reforço positivo é o grande segredo para ter sucesso com a intervenção comportamental.
Os pais devem conter seu impulso de gritar ou bater. Em vez disso, os pais devem procurar sempre elogiar o bom comportamento do paciente ou aluno, quando ele ocorrer.
Por incrível que pareça, esse costuma ser um dos maiores desafios encontrados pelos terapeutas ao lidar com os pais. Isso acontece, muitas vezes, porque alguns pais acreditam que o comportamento dos pacientes ou alunos não deveria exigir uma intervenção.
Mas, por outro lado, quando os pais elogiam, e fazem isso com entusiasmo, o paciente ou aluno sente que o seu comportamento realmente foi digno de receber o elogio, o que o estimula a realizar o bom comportamento em outros momentos.
Ao elogiar o paciente ou aluno, os pais poderão adicionar um gesto não verbal para intensificar ainda mais o elogio, como bater palmas ou dar um beijo ou um abraço.
Indivíduos diagnosticados com TDAH e TOD têm muito a oferecer, desde que os sinais dos transtornos estejam sob controle. Por isso, é importante buscar o diagnóstico e, principalmente, iniciar a intervenção assim que os primeiros sinais forem identificados, de forma a garantir a eles uma vida mais saudável e autônoma.
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