Como é a Experiência de Trabalhar como Acompanhante Terapêutico de Pacientes ou Alunos com Autismo: Depoimentos

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Intervenção baseada em Evidência Científica

Sumário

A intervenção de pacientes e alunos com desenvolvimento atípico, como os autistas, por meio da Análise do Comportamento Aplicada (ABA) é realizada com base em evidência científica, tendo o Acompanhante Terapêutico um importante papel no processo de intervenção.

Uma intervenção baseada em evidência é aquela que é realizada seguindo critérios e parâmetros que foram estudados e testados com o objetivo de comprovar a sua eficácia.    

Por esse motivo, a Terapia ABA é a intervenção para o autismo mais confiável e que traz resultados mais satisfatórios para os indivíduos, proporcionando a eles uma melhor qualidade de vida.

A relação entre o autismo e a ABA deu-se em maior escala e reconhecimento por meio de um estudo realizado em 1987 por Ivar Lovaas. Diversos órgãos ao longo do tempo passaram a recomendar a ABA para o tratamento no autismo, incluindo a Secretaria de Saúde dos Estados Unidos.

Hoje, vivemos um cenário em que observamos a quantidade de indivíduos diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA) aumentar continuamente. Cada vez mais, vemos pessoas sendo enquadradas dentro do espectro do autismo.

Com esse número crescente, a demanda por profissionais que atuem com a Terapia ABA, como um Acompanhante Terapêutico, (também conhecido como Aplicador ABA e/ou Atendente Terapêutico), tem aumentado na mesma medida.

Contudo, o mercado ainda carece de profissionais qualificados para atuar com a população dos autistas e suprir toda essa demanda.

Até o momento, não há uma regulamentação que defina quem pode ou não atuar como Acompanhante Terapêutico no Brasil, mas é muito comum que estudantes e/ou profissionais já formados em áreas da Educação e Saúde optem por atuar com a Terapia ABA na intervenção de autistas.

Por isso, é muito comum encontrar profissionais formados em cursos como Psicologia, Pedagogia, Terapia Ocupacional, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Educação Física, Musicoterapia e outros trabalhando como um Acompanhante Terapêutico.

Pelo fato de a ABA ser uma ciência, seus procedimentos e princípios podem e devem ser usados por todos e para todos. Isso explica por que não apenas os profissionais podem aplicar ABA, mas também pais e familiares de pacientes e alunos com autismo.

Quando os pais participam das intervenções, normalmente os pacientes e alunos apresentam melhores resultados, pelo fato de os familiares darem continuidade ao que estiver sendo trabalhado com o indivíduo pelos profissionais também no ambiente doméstico, garantindo assim um ensino mais intensivo.

Atuação do Acompanhante Terapêutico

É fundamental que o Acompanhante Terapêutico tenha conhecimentos e habilidades específicas para atuar com indivíduos com autismo e outros tipos de transtornos do neurodesenvolvimento.

Existem algumas atividades que são muito importantes para o acompanhamento da intervenção ABA em pacientes e alunos autistas e que devem ser desenvolvidas por um Acompanhante Terapêutico.

A primeira dessas atividades é a aplicação dos programas ABA em diferentes ambientes. Como uma ciência que possui seus princípios e procedimentos, a ABA é um veículo que ajuda a ensinar as habilidades para pessoas com atrasos no desenvolvimento.

O programa ABA é desenvolvido a partir dos princípios dessa ciência e corresponde à programação de ensino das habilidades que o indivíduo precisará aprender, incluindo: habilidades que serão ensinadas, data de início e de conclusão do programa, objetivos de ensino, materiais necessários, procedimentos de ensino, níveis de ajuda, reforçadores, procedimentos de erros.

Outra função muito importante que um Acompanhante Terapêutico pode desempenhar é oferecendo suporte ao aluno no ambiente escolar.

Normalmente, na escola, o Acompanhante Terapêutico atua como um mediador, desempenhando funções como: elaboração de relatórios, mediação no processo de aprendizagem e de interação social do aluno, orientação aos professores sobre as características e necessidades do aluno.

Além disso, o Acompanhante Terapêutico pode atuar no ambiente doméstico do paciente e nos ambientes comunitários, realizando o acompanhamento do indivíduo com os programas de ensino.

Depoimentos de Acompanhantes Terapêuticos

“Sempre tive paixão pelo autismo e sempre fui apaixonada pela educação especial em si. A ABA me foi apresentada por uma profissional incrível, formada pelo IEAC. Senti a necessidade de trabalhar no âmbito familiar, com as crianças diretamente. Essa é minha paixão, estar ali no momento da intervenção e poder ajudar as famílias. Sempre tive essa vontade e escutava que esse trabalho era incrível. Particularmente, eu amo estar no âmbito familiar e trabalhar diretamente com a família e a criança. Hoje, eu trabalho como Atendente Terapêutica de crianças, sendo que algumas já vêm com VB-MAPP. Os pais me procuram para aplicar os programas. Eu trabalho com crianças, adolescentes e adultos.”

(Camila Machado – Graduanda em Pedagogia e Pós-graduanda em Análise do Comportamento Aplicada)

“Eu só me senti segura mesmo para ser supervisora quando a Pós acabou. Esses 2 anos que eu fiquei como AT (Atendente Terapêutica) foram ricos, porque ao mesmo tempo que eles iam falando da parte teórica na Pós, eu ia vendo na prática. Eu sugiro para quem quer aprender mesmo para trabalhar com o paciente, eu acho que é riquíssima essa experiência. Você vai relacionando a teoria com a prática. O trabalho como AT me envolveu de certa forma que eu tive que largar o consultório. Eu fui me apaixonando tanto por essa área, e já estava fazendo a Pós, que eu fui deixando o consultório de lado. Eu trabalhava o dia todo como AT.”

(Ludmila Tenuta – Mestre em Psicologia e Especialista em ABA)

“Todo esse estudo me fez olhar muito além da escola, tem algo aí que eu posso ir além da escola. E são planos futuros porque você vê que realmente não tem profissionais, e tem escolas precisando de ATs e não tem. Entrei lá no site do IEAC, no Portal de Especialistas, procurei Rio de Janeiro e encontrei a Silvia. Estamos em uma parceria. Ela já tem o VB-MAPP e ela me ajuda muito. Eu vi outras possibilidades.”

(Márcia Azevedo – Pós-graduanda em Educação Psicomotora e AEE)

“Tenho 4 filhos, sou graduada em Letras, sou professora de Língua Portuguesa há 26 anos, na periferia. Passei em um concurso na prefeitura de Belo Horizonte e lá encontrei os primeiros alunos com vários transtornos e deficiências. Chegamos a ter 5 alunos com deficiência em uma sala só, e apenas uma auxiliar de inclusão. Depois de 7 anos que eu estava convivendo com essa realidade, o TEA entrou na minha vida, com meu quarto filho, o caçula, sendo diagnosticado com autismo. Em 2018, comecei a estudar. Meu filho passou por uma série de avaliações e ele está fora da curva, isso é um desafio. Essa foi uma das questões inclusive que me fez entrar na Pós, que me fez fazer o curso de AT e me matricular no curso de VB-MAPP. Eu precisava entender como ele aprende, porque ele aprende de uma maneira complexa.”

(Ednéia da Silva – Professora)

“Meu filho Lucas está com 4 anos, ele foi diagnosticado com autismo com 2 anos e 8 meses e ele é autista não verbal. Eu comecei a pesquisar sobre autismo antes de ter o diagnóstico dele. Eu fiquei sabendo sobre a Terapia ABA com a primeira terapeuta ocupacional do Lucas. Eu comecei a pesquisar muito sobre ABA. Uma amiga minha me indicou o curso de Atendente Terapêutico do IEAC. Os pais precisam ter informação sobre o que está sendo feito na terapia com seus filhos. Futuramente, eu quero trabalhar na área, o autismo caiu na minha vida e eu não tinha um propósito profissional. Mas hoje eu tenho um propósito profissional, de falar sobre o autismo, de aprender mais e de ajudar muita gente.”

(Greice Fortes Michael – Promotora de Vendas, Mãe e Estudante do Curso de AT do IEAC)

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