Os critérios diagnósticos dos transtornos mentais, bem como as classificações, encontram-se no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, conhecido pela sigla DSM-5.
Esse manual foi criado pela Associação Americana de Psiquiatria. A versão atual do DSM-5 é a de 2013, que corresponde à quinta edição dessa publicação.
Para falar sobre os diagnósticos dos transtornos mentais, é importante citar que os diagnósticos são essencialmente clínicos, já que não existem exames específicos para diagnosticar esses transtornos, tais como exames de sangue, ultrassonografias, radiografias e outros.
Há situações em que os profissionais especialistas poderão solicitar que sejam realizados exames complementares, mas não para fazer o diagnóstico do transtorno mental, e sim para encontrar possíveis problemas ou doenças que estejam sendo mascarados por conta do transtorno mental em questão.
Um estudo clínico detalhado é o mais recomendado quando se trata de diagnósticos dos transtornos mentais, que poderá ser dividido em cinco etapas, conforme abaixo:
- Avaliação com pais, responsáveis, cuidadores;
- Avaliação no ambiente escolar;
- Avaliações complementares;
- Aplicação complementar de escalas padronizadas;
- Avaliação clínica da criança ou do adolescente.
A seguir, trazemos informações sobre cada uma dessas etapas.
Primeira etapa – Avaliação com pais, responsáveis, cuidadores
A primeira etapa deverá ser realizada para obter informações e, ao mesmo tempo, acolher e ajudar a família do paciente em questão, já que algo não está funcionando como o esperado.
Por isso, é importante que os pais, responsáveis, cuidadores tenham liberdade para expor todas as situações e preocupações que estejam ocorrendo.
De preferência, é importante que o paciente não participe da primeira entrevista, para não inibir os adultos, pois, por receio de que ele se sinta intimidado e constrangido, os responsáveis poderão deixar de citar elementos importantes sobre o comportamento dele.
Além dessas questões, muitas outras informações deverão ser coletadas nessa etapa, como: histórico gestacional da mãe, histórico do nascimento, histórico familiar e histórico do desenvolvimento do bebê.
Nessa etapa, também será importante perguntar e avaliar as principais preocupações dos responsáveis, os sintomas do paciente, os motivos que os levaram a procurar ajuda profissional, com o intuito de obter o maior nível de informações e esclarecimentos possíveis.
Segunda etapa – Avaliação no ambiente escolar
Nessa etapa, será importante avaliar os aspectos acadêmicos e sociais do aluno, a forma como ele se comporta no ambiente escolar, como ele se relaciona com seus pares e com os professores, bem como o seu desenvolvimento nesse ambiente.
A avaliação da escola é parte fundamental, quando falamos de diagnósticos dos transtornos mentais, porque a escola é o local onde a criança e/ou o adolescente passa uma boa parte do seu tempo e do seu dia, realizando diversas atividades e interagindo com diferentes pessoas, sob os olhares atentos dos professores e os demais profissionais que atuam no ambiente escolar.
O objetivo principal dessa etapa é analisar o comportamento do aluno sob a ótica dos educadores, respondendo a algumas questões:
- Como ele interage com os colegas?
- Como é o seu comportamento?
- Como é o seu rendimento escolar?
- Ele compreende as atividades?
- Ele solicita ajuda quando não consegue compreender algo?
- Ele interage bem com os educadores?
Terceira etapa – Avaliações complementares
Na terceira etapa, serão realizadas as avaliações complementares. Caso o paciente esteja sendo acompanhado por outros profissionais, como psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, dentre outros, as avaliações complementares serão necessárias.
Esses profissionais, geralmente, possuem muitas informações importantes e relevantes que deverão ser consideradas para se chegar a um diagnóstico mais preciso do transtorno mental.
Nessa etapa, também poderão ser usadas as escalas de avaliação, mais um instrumento utilizado para facilitar o diagnóstico do paciente atendido.
Por fim, nessa etapa, será importante realizar avaliações com outros profissionais que não sejam da área médica, mas que estejam acostumados a passar muito tempo com a criança, como as babás, por exemplo.
Muitas vezes, as babás convivem e passam grande parte do tempo com a criança e, por isso, conhecem bem o seu comportamento. As informações trazidas por elas poderão ser de enorme valor para estabelecer um diagnóstico correto.
Quarta etapa – Aplicação complementar de escalas padronizadas
As escalas padronizadas são consideras excelentes ferramentas para complementar e auxiliar os diagnósticos dos transtornos mentais, podendo e devendo, sempre que possível, ser utilizadas.
Contudo, é importante ressaltar que essas avaliações não deverão ser usadas de forma isolada, já que um diagnóstico preciso e adequado poderá ser obtido somente quando todas as etapas citadas neste artigo forem realizadas.
Como exemplos de escalas padronizadas temos: Escalas Transversais, Escalas de Gravidade e Escala de Avaliação de Incapacidade da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Quinta etapa – Avaliação clínica da criança ou do adolescente
Quando chegarmos nessa última etapa, já teremos um conjunto de informações prévias que irão auxiliar o processo de avaliação clínica do paciente.
Sendo assim, fazer uso das informações obtidas nas etapas anteriores será de enorme importância para avaliar a criança ou o adolescente e obter um diagnóstico mais preciso.
Nessa etapa, serão avaliadas as habilidades de comunicação, interação social, atenção, memória, pensamento, inteligência, linguagem, afetividade e humor do paciente.
O objetivo final dessa avaliação clínica será identificar os possíveis transtornos comportamentais da criança ou do adolescente, os estressores tóxicos ambientais e outras condições e problemas domésticos que possam estar interferindo negativamente na sua qualidade de vida e no seu comportamento social.
Nessa etapa, será muito importante ter total liberdade para questionar e perguntar aos responsáveis o que for necessário, incluindo detalhes sobre o relacionamento do paciente com os familiares mais próximos, e que essas informações sejam fidedignas, pois informações falsas ou incorretas poderiam resultar em um diagnóstico incorreto do transtorno mental.
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