Transtornos Mentais e do NeuroDesenvolvimento: O Que Você Precisa Saber Sobre Eles?

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Intervenção baseada em Evidência Científica

Sumário

Neste artigo, trazemos informações importantes que você precisa saber para compreender melhor e poder atuar com os transtornos mentais e do neurodesenvolvimento.

O que é neurodesenvolvimento?

É o desenvolvimento do sistema nervoso, incluindo: motricidade; competências sensórias; comunicação e linguagem; comportamentos; e competências cognitivas, afetos e emoções.

No período inicial de neurodesenvolvimento, que ocorre nos 1000 primeiros dias, desde a fase intrauterina, ocorre o estabelecimento da arquitetura básica, o funcionamento e a conectividade cerebral. 

Quando ocorrem prejuízos nesse processo de neurodesenvolvimento, isso impacta no desenvolvimento da saúde física e mental, no comportamento e na aprendizagem de habilidades nas mais diversas áreas ao longa da vida do indivíduo.

A formação do Sistema Nervoso Central (SNC) é muito complexa e envolve fatores genéticos e ambientais. No caso dos fatores ambientais, são aqueles que já interagem no ambiente intrauterino, envolvendo questões placentárias, nutricionais, substancias químicas presentes no útero da mãe, infecções, traumas e estresse.

Esses fatores afetam a gestação e interagem diretamente com os genes, podendo favorecer o desenvolvimento de condições ou de transtornos mentais e do neurodesenvolvimento, bem como as malformações.

Portanto, a interação entre o gene e o ambiente é iniciada desde a concepção, podendo interferir em todas as fases do SNC ao longo da vida.

Durante todo o processo de desenvolvimento cerebral, podem haver desordens arquiteturais, químicas, funcionais e de conectividade, sendo que a maturação cerebral estará concluída somente quando o indivíduo estiver com 24 ou 25 anos de idade.

Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5)

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) foi elaborado pela Associação Americana de Psiquiatria para definir como é feito o diagnóstico de transtornos mentais e do neurodesenvolvimento.

O DSM-5 é usado por profissionais de diferentes especialidades, como psicólogos, médicos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e outros profissionais interessados no diagnóstico dos transtornos mentais.

A versão atualizada do DSM-5 foi disponibilizada em maio de 2013, substituindo assim o DSM-4, que foi criado em 1994 e revisado em 2000.

Desde a sua primeira edição, o DSM-1, esse manual tem sido a ferramenta mais usada no mundo para o diagnóstico dos transtornos mentais, trazendo definições importantes e critérios diagnósticos de diferentes condições.

O que é um transtorno mental, de acordo com o DSM-5?

Um transtorno mental é uma síndrome caracterizada por uma perturbação clinicamente significativa na cognição, na regulação emocional ou no comportamento.

Essa perturbação reflete uma disfunção nos processos psicológicos, biológicos ou de desenvolvimento subjacentes ao funcionamento mental.

Os transtornos mentais estão frequentemente associados a sofrimentos ou incapacidades significativas que afetam atividades sociais, profissionais ou outras atividades importantes no dia a dia de um indivíduo.

É importante citar que no caso, por exemplo, da morte de um ente querido, uma resposta esperada a essa situação de estresse não constitui um transtorno mental.

O mesmo vale para os desvios sociais de comportamento, por exemplo, de natureza política, religiosa ou sexual, bem como para os conflitos que são basicamente referentes ao indivíduo ou à sociedade. Eles não constituem transtornos mentais, a menos que o desvio ou conflito seja resultado de alguma disfunção do indivíduo.

O que são os transtornos do neurodesenvolvimento, de acordo com o DSM-5?

Os transtornos do neurodesenvolvimento são um grupo de condições com início no período do desenvolvimento.

Eles manifestam-se tipicamente cedo, normalmente antes da criança entrar na fase escolar, sendo caracterizados por déficits no desenvolvimento, que desencadeiam prejuízos no funcionamento social, pessoal, acadêmico ou profissional.

Os déficits no desenvolvimento variam desde limitações muito especificas na aprendizagem ou no controle de funções executivas até prejuízos globais em habilidades sociais ou inteligência.

Classificação dos transtornos do neurodesenvolvimento, de acordo com o DSM-5

Deficiência Intelectual (Transtorno do Desenvolvimento Intelectual)

Caracteriza-se por déficits em capacidades mentais genéricas, como raciocínio, solução de problemas, planejamento pensamento abstrato, juízo, aprendizagem acadêmica e aprendizagem pela experiência.

Esses déficits resultam em prejuízos na comunicação, na participação social, no funcionamento acadêmico ou profissional e na independência pessoal em casa ou na comunidade.

Transtornos da Comunicação

Os transtornos da comunicação incluem os déficits na linguagem, na fala e na comunicação.

A fala é a produção expressiva dos sons, que inclui a articulação, a fluência, a voz e a qualidade da ressonância de um indivíduo.

A linguagem, por sua vez, inclui a forma, a função e o uso de um sistema convencional de símbolos, como um conjunto de regras para estabelecer a comunicação.

E a comunicação inclui todo o comportamento verbal e não verbal, podendo ser intencional ou não, e que influencia o comportamento, as ideias e as atitudes de outro indivíduo.

Transtorno do Espectro Autista (TEA)

O TEA é caracterizado por déficits persistentes na comunicação social e na interação social, em múltiplos contextos, incluindo déficits na reciprocidade social, comportamentos não verbais de comunicação, que são utilizados para a interação social, e nas habilidades para desenvolver, manter e compreender os relacionamentos sociais.

O diagnóstico de TEA também requer a presença de padrões restritos e repetitivos de comportamentos interesses ou atividades. É importante destacar que os sinais mudam conforme o desenvolvimento do indivíduo.

Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH)

O TDAH caracteriza-se por níveis prejudiciais de desatenção (por exemplo, incapacidade de permanecer em uma tarefa), desorganização (por exemplo, perda de materiais) e/ou hiperatividade-impulsividade (por exemplo, atividade excessiva, inquietação, incapacidade de permanecer sentado).

O TDAH costuma persistir na vida adulta. Quando esse transtorno não é devidamente tratado, principalmente no período de desenvolvimento, pode resultar em prejuízos no funcionamento social, acadêmico e profissional.

Transtorno Específico de Aprendizagem

Caracteriza-se por déficits para perceber ou processar informações com eficiência e precisão, manifestando-se normalmente nos primeiros anos de escolaridade do indivíduo.

Envolve dificuldade persistentes e prejudiciais nas habilidades básicas acadêmicas de leitura, escrita e/ou matemática.

Transtornos Motores

Os transtornos motores são subclassificados em:

Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação: déficits na aquisição e na execução de habilidades motoras coordenadas, lentidão e imprecisão.

Transtorno do Movimento Estereotipado: comportamentos motores repetitivos, aparentemente direcionados e sem propósito, como agitar as mãos, balançar o corpo, bater a cabeça, morder-se ou machucar-se.

Transtornos de Tique: tiques motores ou vocais, que são movimentos ou vocalizações repentinas, rápidos, recorrentes, não ritmados e estereotipados.

Além desses transtornos do neurodesenvolvimento, o DSM-5 também traz a categoria dos Outros Transtornos do Neurodesenvolvimento, em que são enquadrados os transtornos que não se encaixam nas classificações citadas anteriormente.

Essa categoria inclui: Outro Transtorno do Neurodesenvolvimento Especificado; e Transtorno do Neurodesenvolvimento Não Especificado.

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